Para Evangelista, erros do governo levaram à greve dos militares

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Agência Assembleia
06/12/2011 16h19

 

O deputado Neto Evangelista (PSDB) declarou, na manhã desta terça-feira (6), que foram erros do governo do Estado que conduziram à greve dos policiais militares e bombeiros no Maranhão. Em seu discurso, o deputado lamentou “a intransigência e a arrogância de um governo, que por pouco não lava com sangue os jardins da Assembleia Legislativa”.

 

Para o deputado, esta greve foi um lastimável episódio que deixou uma mancha irreparável na história do Maranhão. “O que houve foi uma sucessão de erros que vão desde um sentimento exacerbado de autoritarismo, até a maneira de não saber lidar com reivindicações populares e de movimentos sociais, o que arrastou a sociedade maranhense para um estado de pânico que jamais imaginamos viver”.

 

Durante seu discurso, Neto Evangelista apresentou seu testemunho pessoal com a autoridade de quem acompanhou toda a negociação, desde a realização na Assembleia Legislativa das primeiras audiências com representantes das categorias dos policiais militares, no mês de março passado.

 

Apesar dos esforços feitos por um grupo de deputados, o governo, segundo Neto Evangelista, foi negligente de tal forma que o movimento reivindicatório pacífico e ordeiro chegou ao limite da paralisação dos militares, que depois foi enfrentada com “ameaças orquestradas na insensatez da tirania e no vazio de um governo que não soube até agora e me parece que não vai saber nunca para onde vai”.

 

Neto Evangelista lembrou que, no mês de março, uma comissão de militares procurou a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, presidida pelo Deputado Zé Carlos (PT), na tentativa de que suas perdas salariais orçadas já em 20% dos seus ganhos fossem incluídas no Orçamento do Estado para 2012.

 

O governo não quis diálogo com os militares de tal forma que, no dia 8 de novembro, os militares e bombeiros resolveram parar. Na época, uma comissão de deputados, junto com o vice-governador Washington Luiz e o secretário de Segurança Pública, Aluisio Mendes, comprometeu-se com os militares que até o dia 23 de novembro o Governo enviaria um projeto à Assembleia atendendo às reivindicações da categoria.

 

“Mas logo em seguida veio a decepção: nada aconteceu e as palavras do vice-governador, dos parlamentares e do secretário de Segurança ficaram desmoralizadas. Pois o governo não enviou ao Poder Legislativo projeto nenhum. No mesmo dia 23, fui surpreendido por uma ligação de um assessor meu que passava à frente do prédio da Assembleia, me informando de que os militares estavam ocupando a Assembleia Legislativa reivindicando os seus direitos”, afirmou Neto Evangelista.

 

Ele lamentou que, em pleno processo de negociação com os grevistas, o governo se esmerava em atiçar os ânimos, através de propagandas ameaçadoras no Sistema Mirante; intimidações e ameaças de deserções e de prisões, o que atrapalhou constantemente as negociações.

 

Ao encerrar seu discurso, Neto Evangelista disse que o desfecho da greve foi uma grande lição para o governo, que não se saiu ainda mais chamuscado graças ao papel de moderação exercido por um grupo de deputados: “Saio deste episódio dignificado pela postura dos policiais e bombeiros que estiveram permanentemente abertos à negociação, dignificado também com os deputados Marcelo Tavares, Eliziane Gama, Bira do Pindaré, Cleide Coutinho, Rubens Junior, Luciano Leitoa, Carlos Amorim, Gardênia Castelo e o Deputado Zé Carlos, que de tudo fizeram para evitar um confronto sangrento no Estado”, ressaltou Neto Evangelista.

 

 


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