Causa de fissura em navio pode levar até um ano para ser revelada

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Lenno Edroaldo / Agência Assembleia
06/01/2012 15h42

Causa de fissura em navio pode levar até um ano para ser revelada
Foto original

 

 

As razões que levaram às fissuras no casco do navio Vale Beijing podem levam de três meses a um ano para serem conhecidas. Esta foi a informação passada durante entrevista coletiva que reuniu membros da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, Marinha, Vale e da empresa STX Pan Ocean. Na manhã desta sexta-feira (6) eles estiveram no navio que se encontra fundeado a 64 quilômetros da costa maranhense, com uma carga de 360 mil toneladas de minério de ferro e mais de sete mil toneladas de combustível.

 

Por mais de duas horas o presidente da Comissão, Léo Cunha (PSC), o primeiro-secretário da Assembleia, Hélio Soares (PP) e o líder do bloco União Democrática, Eduardo Braide (PMN), acompanhados do capitão-de-mar-e-guerra Nelson Ricardo Calmon Bahia (Marinha), do advogado da STX, Leven Siano e de técnicos, inspecionaram a embarcação, verificando, entre outras coisas, estratégias para a prevenção de danos ao meio ambiente e a operação para que o navio seja reparado.

 

Inicialmente existe um plano para que o Vale Beijing seja transportado até a Turquia, onde seriam feitos os devidos consertos de duas fissuras de 60x10cm localizadas nos lados direito e esquerdo do casco. No entanto, isto só pode ser precisado após os técnicos da Marinha, Vale, Ibama e Secretaria Estadual de Meio Ambiente avaliarem a logística e riscos da operação.

 

Por enquanto, nos próximos cinco dias será montada uma operação para redistribuir a carga de minério do porão sete para os três e cinco, para que sejam reduzidos os riscos de acidentes e tornem a embarcação mais estável. Paralelamente, também será retirada a carga de combustível que mantém o navio em operação. Somente então e dependendo das condições climáticas é que será executada uma logística de transporte da embarcação para um porto europeu.

 

“Nossa intenção foi verificar tudo o que está sendo feito para que se evite um desastre ecológico. E o que pudemos observar é que todos os cuidados exigidos pelas autoridades competentes estão sendo tomados”, afirmou o presidente Léo Cunha.

 

A mesma preocupação foi manifestada pelo deputado Eduardo Braide, que ressaltou o fato do navio ter sofrido avarias logo em sua viagem inaugural. “É preciso entender o que aconteceu para que novos casos não voltem a acontecer. Espero e acredito que a Marinha e todos os envolvidos esclareçam o que ocorreu”, disse Braide, que advertiu ser preciso aguardar o tempo necessário para que as operações de retirada de combustível, readaquação do minério entre os porões 7, 5 e 3 e transporte para a Turquia sejam feitas com segurança.

 

Em relação a prazos e causas, Hélio Soares preferiu não especular e aguardar os laudos periciais para que conclusões mais aprofundadas sejam feitas. “Fizemos o início de avaliações, acompanhados de técnicos para que possamos entender melhor e passar essas informações à população. A partir daí é que vamos produzir um relatório, que será encaminhado às autoridades competentes”, disse.

 

MENOS RISCOS

 

Durante a coletiva o do capitão-de-mar-e-guerra Nelson Ricardo Calmon Bahia, disse que foi sua a autorização que permitiu o transporte do navio mineraleiro do Porto de Ponta da Madeira para alto mar, um mês após apresentar rachaduras no casco. Segundo ele, o objetivo foi evitar que ocorresse um desastre ao meio ambiente local.

 

“Devido às características da costa maranhense e pelas marés de sizígia, por incrível que pareça, é mais seguro realizar estas operações onde hoje ele está fundeado do que no Porto, onde a embarcação poderia naufragar, Aí, sim poderia ocorrer um desastre ecológico”, argumentou Calmon, que confirmou não ter ocorrido aumento no tamanho das fissuras durante a operação.

 

Segundo ele, a estimativa é de que cinco dias sejam necessários para que realizar as operações elaboradas pela equipe do navio, mas este prazo pode aumentar devido as condições climáticas. Neste período não está descartada a realização de reparos iniciais no casco do próprio navio, através de mergulhadores especializados.

 

Calmon Bahia disse ainda que está em andamento um inquérito feito pela Marinha Brasileira, para que sejam apuradas as devidas responsabilidades. Este prazo será de três meses, prorrogáveis por outros três. O prazo limite para que o inquérito seja finalizado é de um ano.

 

 


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