Graça Paz critica o Bolsa Família e defende geração de emprego e renda

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Agência Assembleia
09/05/2012 10h53

Graça Paz critica o Bolsa Família e defende geração de emprego e renda
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A deputada Graça Paz (PDT) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar a recente medida do governo federal, que pretende “turbinar” o Bolsa Família com recursos anuais de até R$ 1,6 bilhão e mudar as regras do programa para contemplar mais crianças de até seis anos em extrema pobreza. O valor adicional deve corresponder a cerca de 10% de tudo o que foi gasto com o programa no ano passado (R$ 16,6 bilhões).

 

Para Graça Paz, são elogiáveis as outras medidas anunciadas pelo governo federal para promover a distribuição gratuita de remédios contra asma, ampliar a aplicação de vacinas na rede pública para a chamada “primeira infância”, e acelerar a construção de creches em todo país. Durante a campanha política, a presidenta Dilma Roussef (PT) prometeu entregar seis mil creches até 2014.

 

Por outro lado, Graça entende que o aumento do Bolsa Família — que, segundo ela, muitas pessoas são contra, mas não têm coragem de se manifestar, porque tira votos — pode gerar um processo irreversível de acomodação para milhares de famílias brasileiras.

 

“No Maranhão, fazendeiros e empresários estão enfrentando dificuldades para conseguir mão-de-obra, com carteira assinada. Os beneficiários do Bolsa Família recusam os empregos porque perdem o benefício”, lamenta.

 

Na avaliação de Graça Paz, essa acomodação é muito preocupante, porque só quem ganha muito com o Bolsa Família são os comerciantes. Segundo ela, os recursos do programa não chegam ao público alvo, que são as crianças. “A mãe tenta receber o dinheiro do marido, mas ele não entrega e consome o benefício com bebida alcoólica. Por que não pegar esse recurso e gerar oportunidades de trabalho para esses pais de famílias?”, indaga Graça.

 

A parlamentar tem consciência que muitas pessoas do interior do Estado que recebem o Bolsa Família, com razão, não gostam que ela diga isso na Assembleia Legislativa. Mas a deputada acha que a classe política tem que se preocupar, porque chegará o momento em que os próprios pais de famílias vão preferir ter um trabalho para sustentar seus dependentes com dignidade, o mínimo que os poderes públicos constituídos podem dar para a população brasileira.   


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