O deputado Bira do Pindaré (PT) apresentou uma indicação ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, solicitando que determine ao Departamento de Polícia Federal (DPF) a abertura de procedimento investigatório dos crimes envolvendo a morte do Jornalista Décio Sá e demais crimes conexos.
A ideia da proposição surgiu tendo em vista as limitações políticas da investigação local e as acusações de que os fatos estão ligados a desvios de recursos federais de transferência do FPM das prefeituras envolvidas.
O parlamentar pretende garantir que os fatos envolvendo a morte do Jornalista e Blogueiro Décio Sá sejam efetivamente elucidados, diante da complexidade e dos interesses políticos e econômicos envolvidos no caso.
A investigação encontra-se sob sigilo, mas foi amplamente divulgada nos meios de comunicação, que uma quadrilha de agiotas negociava com os gestores municipais o empréstimo de dinheiro a juros para serem pagos com recursos oriundos de diversos setores do orçamento.
O pronunciamento do deputado Raimundo Cutrim (PSD), na última terça-feira (26), quando ele fez duras acusações ao Secretario de Estado de Segurança, também motivou a indicação.
“Foi lançada suspeita sobre toda a investigação. Toda a investigação está sob suspeita em razão da fala do deputado, que não é a fala de qualquer deputado, é um deputado que foi secretário de Segurança do Estado. A Polícia Federal pode assumir esse caso e aprofundar as investigações em todos os seus aspectos, não só na morte em si do jornalista”, destacou Bira.
Pelo que já foi revelado pela Secretaria de Segurança, o crime envolve agiotagem e desvio de recursos públicos da merenda escolar. Para o petista, a agiotagem no Estado do Maranhão serve para financiar campanhas eleitorais.
O Deputado lembrou que até mesmo a prisão do Capitão do Batalhão de Coque da Polícia Militar e o assassinato do Valdene estão sob suspeita, após as declarações do deputado Cutrim.
“Já se fala que o capitão foi injustamente acusado; fala-se isso, está na mídia, nos rádios, na internet. Se foi, é uma situação da maior gravidade. Quem é que vai pagar essa injustiça caso, de fato, o capitão não seja culpado nessa história? Então, por tudo isso, eu acho que não tem mais ambiente político para essa investigação ser feita aqui no Maranhão”, concluiu Bira.
