Othelino Neto repercute matéria sobre miséria em Marajá do Sena

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Waldemar Terr / Agência Assembleia
22/08/2012 14h51

Othelino Neto repercute matéria sobre miséria em Marajá do Sena
Foto original

 

Em pronunciamento na sessão desta quarta-feira (22), o deputado Othelino Neto (PPS) criticou os indicadores sociais do Estado, a partir do exemplo do município de Marajá do Sena, que foi o foco de uma reportagem publicada sobre os municípios mais pobres do país.

 

O parlamentar disse que assistiu a matéria no Jornal da Globo, falando da miséria no Brasil. “O IBGE, no último levantamento, constatou que o Brasil tem simplesmente 12 milhões de pessoas em estado de miséria. E aí novamente, para nossa infelicidade, para nossa revolta, o município campeão de miséria está aqui no Estado do Maranhão. É o município de Marajá do Sena, onde duas em cada três pessoas estão vivendo em estado de miséria”, contou.

 

Othelino Neto assegurou que o IBGE aponta que 67% da população de Marajá do Sena vivem em estado de miséria e que a reportagem mostrou Dona Miúda, que tem nove filhos e cuja renda é de R$ 100,00, do Bolsa Família.

 

O deputado relatou que para se chegar ao município tem que ser de caminhão e que “mais uma vez o Maranhão ganha um prêmio nacional de miséria”.  Ele afirmou que talvez, no próximo domingo, o senador José Sarney (PMDB) “vá escrever um artigo no seu jornal dizendo que é complexo de inferioridade do maranhense, que no Maranhão não tem miséria”, a exemplo do que disse há alguns anos outro senador, João Alberto (PMDB), “que o maranhense que morava em casa de taipa, morava porque queria”.

 

O deputado do PPS ironizou sobre as justificativas usadas reiteradamente: “do mesmo jeito que talvez esses péssimos indicadores do Ideb também devam ser ilusão, números inventados por maus maranhenses, por pessoas que não gostam do Maranhão e querem expor o Maranhão nacionalmente”.

 

De acordo com Othelino Neto, o governo, “em vez de combater a miséria, combate a informação que denuncia a miséria”, e “zomba dos maranhenses quando demonstra toda a fartura de recursos que tem nos cofres do governo do Estado, mas não combate a miséria”. O parlamentar disse que só quem anda o Maranhão conhece a miséria existente nos municípios.

 

O oposicionista lembrou alguns episódios nos quais o governo do Estado teria esbanjado recursos públicos. Ele citou como exemplo o Arraial da Lagoa: “muito bonito, vi várias apresentações muito bonitas lá, mas vi também, no segundo andar, uma espécie de área VIP, só para alguns, e lá na porta um segurança para dizer quem podia entrar e quem não podia. Mas, no segundo andar, alguma coisa assim de um luxo muito interessante, não parecia um Arraial no Estado do Maranhão, o Estado mais pobre da federação.

 

Othelino rematou o discurso destacando o aniversário do quarto centenário de São Luís: “aí vejo anunciar que alguns milhões serão gastos com ‘pão e circo’, no aniversário da cidade de São Luís, a cidade onde nasci, de que me orgulho muito, e cujos 400 anos vou comemorar bastante, apesar de perceber que esta cidade merece muitos investimentos e merece ser muito mais bem tratada”, acusou.

 

MISÉRIA ANTIGA

 

A deputada Graça Paz (PDT) também falou sobre o assunto e dividiu a responsabilidade da miséria existente em Marajá do Sena com todos os governos. “Eu não digo que a responsabilidade seja somente desse governo, pois Marajá do Sena já não é um município novinho, já tem seus 12 anos e vem aí de outros governos que deveriam também ter olhado mais para o município. Então eu acho que é uma parceria, é uma continuidade de governos que têm que olhar principalmente por esses municípios que são mais carentes no nosso Estado”, afirmou, mostrando confiança que o governo realize o asfaltamento da estrada para retirar o município do isolamento.

 

Já o deputado Tatá Milhomem (PSD) criticou a criação de municípios, sem critérios técnicos, o que teria feito com que nascesse Marajá do Sena. “É infame, mas nós criamos um filho impuro e temos que agora procurar cuidar dele e revigorar para que o mal não seja pior”, avaliou.


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