O deputado Raimundo Cutrim ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (1º) para, mais uma vez, externar preocupação em relação à segurança pública, em vários municípios do Maranhão, no dia das eleições (7 de outubro). Ele citou que a situação é “gravíssima” nos municípios de Alto Alegre do Pindaré, Governador Archer, Trizidela do Vale, Pedreiras e Penalva.
“Eu soube ontem que há pessoas, num povoado chamado Jacaré [município de Penalva], em um carro particular, vestidos de policiais militares. Eu me informei sobre isso e a informação que tive é que não eram policiais. Ali a disputa está muito acirrada, então, seria de bom alvitre que o sistema de segurança da governadora e o Tribunal Regional Eleitoral mandassem um efetivo maior para Penalva, a fim de que a política ali, no dia da eleição, transcorresse da melhor forma possível”, declarou.
Para Cutrim, é inadmissível que, em pleno século XXI, ainda persista a situação de insegurança e incerteza em períodos eleitorais. Ele citou que no município de Barra do Corda assassinaram um vereador recentemente. “O Estado está com um problema de violência muito grande”, lamentou.
Raimundo Cutrim discordou da justificativa de que essa situação é conseqüência do pequeno efetivo policial do Estado. “Isso aí é balela para boi dormir. Nós sempre soubemos que o efetivo da polícia do Maranhão é o menor do Brasil, proporcionalmente ao número de habitantes”, afirmou. Ele lembrou o período em que foi secretário de Estado da Segurança e, mesmo com um efetivo abaixo do ideal, os períodos eleitorais transcorreram tranquilamente.
“Nas eleições anteriores, quando eu fui secretário, todas elas foram feitas e nós não pedimos força federal, não pedimos nova série. Distribuímos para todos os municípios, porque o sistema tem mais de 7.492 policiais montados, então dá para fazer a segurança do Estado, depende só de saber fazer a distribuição, colocar mais policiais nos locais onde tem o problema que está afligindo mais a população, para que se possa fazer realmente um trabalho bem feito”, defendeu.
Para ilustrar que o problema é de organização, Cutrim fez uma comparação com a segurança na cidade de Brasília. Ele disse que na capital federal há um efetivo policial muito grande e, mesmo assim, os índices de criminalidade são altos. O deputado acrescentou que essa situação se repete nos Estados de Roraima, Rondônia e Acre, onde os efetivos são grandes se comparados ao número de habitantes e de municípios, mas o índice de violência também é alto.
“Esses municípios que eram territórios - no caso do Acre, do Amapá, de Roraima e Rondônia - têm populações pequenas, efetivos grandes e proporcionais ao número de habitantes, mas o índice de criminalidade também não faz diferença, bem como em Brasília. Então, o que importa é o trabalho e a credibilidade de quem está à frente do sistema. Esse é um problema nosso daqui do Estado, um problema da credibilidade de quem está na frente do sistema que não está dando certo”, avaliou.
Cutrim destacou que o problema da segurança no Maranhão não é exclusivo da capital, mas se reflete em todo Estado, principalmente agora, quando o dia das eleições se aproxima. “Os problemas são diversos, problemas graves que nós estamos anunciando há vários dias: vai ter problema, vai ter problema!”, advertiu.
Cutrim citou que vários deputados já ocuparam a tribuna da Casa para alertar sobre o problema e clamar por ações enérgicas.
