Cutrim explica voto contra concessão de homenagem ao secretário de Segurança

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Agência Assembleia
21/11/2012 16h32

 

Em discurso na Assembléia, o deputado Raimundo Cutrim (PSD) considerou que o secretário de Segurança Pública, Aloísio Mendes, não preenche os requisitos para receber a Medalha Manoel Bequimão, maior comenda do Poder Legislativo, proposta pelo deputado Jota Pinto (sem partido). O projeto de resolução que propôs homenagem ao secretário de segurança entrou na pauta de votação da sessão plenária desta quarta-feira (21) e foi aprovado.

 

Conforme Cutrim, medalha de mérito e título de cidadão são concedidos a pessoas que prestaram bons serviços ao Estado o que, em sua opinião, não é o caso do secretário Aloísio Mendes. Entre os fatos citados para contestar a concessão, o deputado lembrou que pela primeira em 175 houve uma greve da Polícia Militar e dos Bombeiros, “fato inédito em todo o Brasil”.

 

Cutrim também acusou o secretário de envolver questões pessoais com trabalho profissional quando, junto com outros policiais, armaram contra ele, durante a investigação da morte do jornalista Décio Sá. Cutrim foi um dos nomes citados pelo pistoleiro que matou o jornalista. Para o parlamentar, essa é uma atitude deprimente, partindo de um secretário de Estado. E disse, ainda, que o secretário Aloísio Mendes tentou envolvê-lo de qualquer forma numa questão de grilagem. “É um terreno que eu tenho a 14 anos, que  comprei, paguei e do qual tenho todos os recibos, uma transação comercial na qual fui vítima, assim como outras pessoas. Somente 5 anos depois, com conhecimento do dono, recebi a escritura, nada foi invadido”, explicou Cutrim.

 

Raimundo Cutrim lembrou discurso de seu colega do PT, Bira do Pindaré no qual afirmava que vivemos hoje o maior índice de criminalidade da história do Maranhão. Relatou que quando ele, Cutrim, assumiu a Secretaria de Segurança Pública em 1977, não havia esse índice. E garantiu que durante sua gestão no ano de 2002 o Maranhão foi o Estado menos violento do Brasil e o segundo menos violento em 2003. Cutrim se referiu, em seguida, à onda de homicídios em São Paulo para dizer que estamos vivendo uma verdadeira guerra civil no Maranhão. Ele comparou que com 11 milhões e 300 mil habitantes São Paulo registra 1.064 homicídios por 100 mil pessoas e a ilha de São Luís, com 1 milhão e 300 mil habitantes, registrou 572 homicídios por grupo de 100 mil pessoas. “Em São Paulo são assassinadas 8,8 pessoas a cada 100 mil habitantes; em São Luís, 44 pessoas a cada 100 mil”, calculou.

 

Para Cutrim, se essa é a situação da ilha de São Luís, no Maranhão o Sistema de Segurança simplesmente acabou ao ponto em que as pessoas nem se preocupam mais em registrar ocorrências. “Aqui vivemos uma segurança de mídia. Morre gente de manhã, de tarde e de noite e ninguém fala nada”, finalizou.


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