Oposicionistas lembram cassação de Jackson e criticam governo Roseana

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Lenno Edroaldo / Agência Assembleia
17/04/2013 19h37

 Oposicionistas lembram cassação de Jackson e criticam governo Roseana
Foto original

 

Membros da bancada de oposição ao governo estadual, os deputados Othelino Neto (PPS), Rubens Júnior (PC do B), Bira do Pindaré (PT) e Marcelo Tavares (PSB) lembraram, nesta quarta-feira (17), a cassação de mandato do ex-governador Jackson Lago. Em seus discursos, os parlamentares, além de elogiar a trajetória política do ex-governador, protestaram contra a ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que culminou com a mudança de gestor em 2009. Os oposicionistas também criticaram o desempenho do governo de Roseana Sarney (PMDB), que completa hoje exatos quatro anos.

 

 

O primeiro a abordar o assunto na Tribuna foi Othelino Neto (PPS). “A data merece registro, infelizmente por seu lado negativo. O TSE castrou a vontade do povo maranhense, que elegeu democraticamente o doutor Jackson para um mandato de quatro ano”, disse o deputado, argumentando que todo o processo foi originado em denúncias que teriam acontecido antes mesmo do início do período eleitoral de 2006.

 

Independente da decisão judicial, Neto elogiou a trajetória do ex-governador, morto há dois anos, devido a complicações decorrentes de um longo tratamento contra um câncer de próstata. “O doutor Jackson é um maranhense marcante, que teve uma vida política toda coerente no combate não só à ditadura militar, como no combate ao grupo dominante no Maranhão, até que nós conseguimos junto com ele chegar ao Governo do Maranhão, naquela valorosa experiência de um governador realmente comprometido com as causas populares”, lembrou o deputado, que no final de seu pronunciamento também cobrou celeridades do mesmo tribunal em relação ao processo que pede a cassação do atual governo.

 

Na mesma linha de raciocínio, Rubens Pereira júnior (PCdoB) fez um comparativo entre os dois últimos governos estaduais e criticou as ações desenvolvidas pelo atual, principalmente em áreas como segurança, educação, infraestrutura e investimentos para o Estado. “Começo pela promessa de que a refinaria [Premium I, em Bacabeira] estaria pronta em cinco anos. Já estamos em 2013, passaram-se quatro anos e a refinaria não acaba até o ano que vem. Isso gerou uma super expectativa na região, empresários foram para lá, a população da região aumentou, houve uma especulação imobiliária que hoje traz dificuldades, inclusive para algumas questões fundiárias, e a refinaria não está lá. Já se passou 80% do prazo pedido”, afirmou Júnior, acrescentando que atualmente as obras no local estão paralisadas.

 

Críticas do deputado também foram direcionadas ao trabalho desenvolvido em áreas como emprego, renda, agricultura, saneamento e principalmente educação. “Ela [governadora Roseana Sarney] prometeu fazer uma revolução na educação. Também disse que vai ter um quadro completo de professores e um pagamento digno”. “Não tem quadro completo de professor como foi prometido. Pagamento digno: já teve uma greve e agora já tem outra anunciada para o dia 23. Ainda assim, ela teve o despautério de afirmar que criaria o Bolsa Universidade. A revolução da educação não ocorreu, o que ocorreu foi uma piora dos indicadores educacionais do nosso estado”, continuou o deputado.

 

Uma boa parte das críticas do parlamentar foi direcionada à área de segurança pública. Segundo ele, nos últimos quatro anos houve um aumento significativo no número de homicídios dolosos não apenas na região metropolitana de São Luís, como no restante do Estado. “São 2.252 mortes só na cidade de São Luís, nos últimos 4 anos. Estamos em uma guerra civil”, concluiu.

 

Bira do Pindaré (PT) também criticou várias políticas públicas desempenhadas pela atual gestão estadual: “O governo é apenas um comitê eleitoral permanente para cooptar pessoas na tentativa de se manterem no poder. Mas as ações que visam realmente interesse público não existem”.

 

Presidente da Assembleia Legislativa à época da cassação do ex-governador, Marcelo Tavares(PSB) rebateu argumentos de que na oportunidade poderia assumir o governo estadual após a cassação, afirmando que o ato seria ilegal. O parlamentar disse que mesmo empossando um adversário político, desde então mantém posicionamento contrário.

 

Então dei posse a Roseana e fiz um discurso aqui contra ela no dia da posse. Também disse a ela que eu não acreditava na maneira como ela tinha governado e ia governar novamente o Maranhão. E que eu iria continuar na oposição, como fiz até hoje, lutando contra o mal que se instalou no Maranhão novamente. Faço isso com a maior tranquilidade e com o senso do dever cumprido”, finalizou.


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