A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa visitou na tarde desta quarta-feira (24) o hospital Nina Rodrigues. A visita foi proposta pela deputada Cleide Coutinho (PSB) e foi motivada após audiência pública realizada na Assembleia Legislativa que tratou sobre internações compulsórias e a situação de pacientes dependentes de álcool e drogas. O objetivo foi verificar in loco a real situação do hospital e de seus pacientes.
A visita começou pelo serviço de pronto atendimento, seguindo pelas enfermarias e pelo Centro de Atendimento Psicossocial. Os membros da comissão conversaram com pacientes e servidores. A comitiva da Assembleia Legislativa formada pelos deputados Valéria Macedo (PDT), Cleide Coutinho (PSB), Francisca Primo (PT), Eliziane Gama (PPS) e Magno Bacelar (PV) foi acompanhada pelo diretor do hospital Nina Rodrigues, doutor Rui Ribeiro e seus auxiliares.
O hospital é o único que funciona para atendimento hospitalar de urgência e emergência de doentes mentais e usuários de drogas. Os parlamentes que integram as Comissões de Saúde e Direitos Humanos da Casa destacaram o atendimento feito pela equipe multidisciplinar, mas a ponderação foi uma só: a estrutura precisa ser ampliada
A deputada Cleide Coutinho disse que ficou surpresa com a estrutura a disposição dos pacientes. “Nós estamos agradavelmente surpreendidas. Encontramos um ambiente acolhedor, profissionais competentes e que trabalham acima de tudo com amor. Essa é uma realidade que nós não sabíamos. Foi uma surpresa para toda a comissão de saúde e para a Comissão de Direitos Humanos,aqui representada pela presidente, deputada Eliziane Gama”, declarou.
Apesar de ter ficado satisfeita com o que viu, a deputada Cleide Coutinho disse que para melhorar ainda mais o atendimento é necessário a implantação de mais Centros de Atenção Psicossociais (CAPs) para dependentes de álcool e drogas, “o que irá desafogar o problema da grande demanda existente hoje, que ainda é um complicador para o atendimento de qualidade”.
O diretor do Hospital Nina Rodrigues destacou o trabalho dos profissionais e do governo do Estado, que transformou a realidade do HNR. Mas, reconheceu que a grande dificuldade está na alta demanda de usuários de drogas, que cresceu co o consumo de drogas no interior. O Estado precisa criar novos centros especializados no interior para atender essa demanda. “A principal dificuldade encontrada é a demanda de usuários de drogas, que chegam de todo o Estado. Com pouco mais de 100 leitos, o Nina Rodrigues acaba ficando superlotado.
“Existe uma superlotação do hospital por conta da demanda que vem do interior. Mas temos que destacar o trabalho muito forte que é feito pela direção e pelos profissionais. Nós observamos também o cumprimento das medias de segurança. Agora, fica muito claro a falta de uma estrutura muito maior para que possa realizar uma atendimento muito maior”, ponderou a deputada Eliziane Gama, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa.
Os deputados visitaram quase todas as dependências do Hospital, que por mês realiza em média nove mil atendimentos. Na oficina de pintura, pacientes em tratamento entregaram aos deputados trabalhos feitos por eles durante as aulas.
A presidente da Comissão de Saúde, deputada Valéria Macedo (PDT), informou que um relatório será encaminhado pelo Poder Legislativo ao governo do Estado, Secretaria de Saúde e demais órgãos competentes. A ideia, segundo a deputada, é pedir a descentralização do atendimento para os municípios do interior do Estado e a reformulação da política de internação de doentes mentais e usuários de drogas.
