Em pronunciamento na sessão desta segunda-feira (3), o deputado Hélio Soares (PP) disse que a empresa Vale possui condições financeiras plenas de ajudar os municípios maranhenses que ficam ao longo do corredor da Ferrovia Carajás. O parlamentar fez a declaração ao avaliar a audiência pública feita na semana passada, na qual os políticos estiveram em peso, mas faltaram representantes da empresa.
O deputado informou que apresentou, com quase 30 assinaturas, projeto de Resolução n. 05/2013, que cria a Frente Parlamentar de Apoio à Mineração no Estado do Maranhão. Hélio Soares explicou que a iniciativa deve-se ao fato de que os recursos minerais são a base do desenvolvimento econômico, através de toda a cadeia produtiva das quais a atividade mineral é o início, caracterizando-se como uma importante atividade social e instrumento de distribuição de renda e riqueza.
“O Maranhão não é um Estado minerador por excelência, não é um Estado de grande porte de commodities de alto valor agregado como Minas Gerais, Pará, Goiás. Entretanto, o Maranhão é detentor de uma das maiores infraestrutura portuária do Brasil, por onde escoa todo o mineiro de ferro produzido e extraído no nosso vizinho estado do Pará, pela mineradora Vale principalmente. Somos um estado indispensável para essa exploração de minério. Sem o nosso porto, jamais essas mineradoras, como a Vale e outras, teriam sucesso, teriam desenvolvimento econômico como têm”, garantiu.
O parlamentar contou que a maior parte da estrada de Ferro Carajás, com 892 km de extensão, está fixada em território maranhense, atravessando 23 municípios até os terminais ferroviário e portuário da Ponta da Madeira. “Estive agora no domingo, numa corrida patrocinada pela Vale e lá se referia ao ar puro. Vejam só que ironia: ar puro e nos 892 km pura infecção de poeira de ferro, principalmente na região de Açailândia; lá no Pequiá de Baixo as famílias estão em estado de calamidade pública, é doença pulmonar por todo lado”, revelou.
Hélio Soares disse que a Vale é uma empresa muito rica, é preciso zelar por ela, porém exigir que ela olhe para os municípios maranhenses e ajude a resolver os problemas sociais que afligem o povo. “Os números exibidos pela Vale são astronômicos: é a líder em minério de ferro e a segunda maior mineradora do mundo, atrás apenas da australiana Rio Tinto. É também sócia da empresa que vai operar a segunda maior reserva de minério do mundo localizada na República da Guiné, na África, cujas reservas técnicas estão estimadas em 5 bilhões e 500 mil toneladas, e Carajás possui capacidade estimada em 7 bilhões e 500 mil toneladas de ferro”, comparou.
Lembrou também que recentemente o BNDES aprovou o financiamento de R$ 3 bilhões e 800 milhões para a mineradora Vale. “E quando a Vale vai aplicar sua riqueza, ou pelo menos os recursos de financiamento no BNDES, que são recursos oriundos do suor de todos nós em prol da melhoria na qualidade de vida dos maranhenses, e não de uma única empresa que nós mesmos produzimos esses lucros que são retidos dos impostos sociais de todo o povo brasileiro? Queremos exigir que a Vale cumpra o seu papel com o desenvolvimento no Maranhão”, cobrou.
