Emocionado, Bira do Pindaré anuncia sua saída do PT após 23 anos

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Assecom / Bira do Pindaré
01/10/2013 14h37

Emocionado, Bira do Pindaré anuncia sua saída do PT após 23 anos
Foto original

 

Em um discurso emocionado, o deputado estadual Bira do Pindaré anunciou oficialmente, na manhã desta terça-feira (1º), sua desfiliação ao Partido dos Trabalhadores. O parlamentar era militante do PT desde 1988 e filiado ao partido desde 1990. Bira, com uma voz embargada, disse que “os autênticos socialistas haverão sempre de se reencontrar em algum lugar, em algum momento”.

 

O deputado fez um relato de sua história de luta dentro do Partido dos Trabalhadores e sua dedicação em defesa dos movimentos sociais e pela diminuição da desigualdade social.

 

Bira lembrou que se filiou ao PT embalado por um sonho e por um profundo desejo de mudar a realidade do povo maranhense. De família humilde, o deputado nasceu em Pindaré-Mirim, de onde veio aos cinco anos de idade para São Luís. Morou nos bairros do João Paulo, Vila Palmeira, Bairro de Fátima, Caratatiua e Vinhais e sempre estudou em escola pública.

 

A militância política de Bira começou na Pastoral da Juventude, onde ele adquiriu formação cristã. Depois ingressou na Universidade Federal do Maranhão e se engajou no movimento estudantil exercendo papel de dirigente do DCE no final da década de 80. Neste período, Bira conheceu o PT.

 

“Era incrível: um partido de esquerda, socialista, liderado por um nordestino operário, com ideias novas, criado pelos próprios trabalhadores, pelos mais pobres, sem atrelamentos ao poder vigente e fortemente apoiado pelos movimentos sociais, sindical e pelas comunidades eclesiais de base da Igreja”, relatou Bira.

 

Enquanto filiado ao PT, Bira exerceu o papel de presidente do Sindicato dos Bancários, Delegado Regional do Trabalho e foi candidato a vereador, senador e deputado estadual. Ele reconheceu o papel decisivo do PT para as melhorias de vida do povo brasileiro, proporcionando avanços importantes em relação a geração de empregos, elevação de renda e implantação de programação de inclusão social.

 

PERSEGUIÇÃO

 

Bira foi candidato a senador em 2006, após ser escolhido democraticamente pela militância do Estado, mas não teve o apoio da Direção Nacional, que já aliada do grupo Sarney, apoiou Cafeteira, inclusive com declarações do presidente Lula.

 

Em 2010, houve a intervenção nacional impedindo a aliança com o PCdoB de Flávio Dino; na chapa, Bira seria novamente candidato ao Senado, conforme deliberação democrática tomada pela militância no Estado.

 

Em 2012, as pesquisas indicavam o nome de Bira como a melhor opção do PT para prefeito de São Luís. No entanto, o deputado foi preterido em favor da candidatura de Washington Oliveira, que terminou em quarto lugar.

 

Bira exerceu nesse período o cargo de dirigente da Executiva Estadual, como secretário de Organização, mas surpreendentemente suas prerrogativas foram sumariamente suprimidas pelo presidente do partido.

 

Mais recentemente, o vice-governador tornou público o convite para que os dissidentes da aliança com o PMDB se retirassem. Não fosse o suficiente, negaram expressamente o direito da participação de Bira na propaganda partidária, preterindo a mim em relação a outros. Tudo isso oficializado em carta assinada pelo presidente do partido.

 

Tendo em vista as perseguições sofridas desde 2006 pelo diretório estadual do PT, o deputado Bira avaliou como insustentável continuar no partido. “Não me sobrou escolha. Sou forçado a sair do PT e procurar outro caminho. Não saio por opção, saio porque fui convidado mais de uma vez a deixar o partido”, declarou.

 

Bira encerrou seu pronunciamento agradecendo a militância da Resistência Petista, na pessoa de Manoel da Conceição, maior liderança camponesa da história do Maranhão, fundador do PT no Brasil, exemplo de vida e de dignidade, e principal referência da luta social.

 


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