Líder do governo rebate críticas da oposição sobre nomeações no INMEQ

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Agência Assembleia
02/10/2013 17h39

Líder do governo rebate críticas da oposição sobre nomeações no INMEQ
Foto original

 

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado César Pires (DEM), rebateu, nesta quarta-feira (2), as acusações do deputado Rubens Junior (PC do B) de que o governo estaria usando o Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (INMEQ), antigo Ipemar, para nomear aliados que não se elegeram. César Pires disse que não existe aberração, afronta à legislação e nem dissabor técnico por parte de qualquer ser humano que exerça cargo público em colocar nos seus quadros pessoas políticas.

 

César Pires cita como exemplos os ministros Aloisio Mercadante (Educação), Gastão Vieira (Cultura), Flávio Dino (Embratur), além dos secretários Victor Mendes (Meio Ambiente) e Pedro Fernandes (Educação), todos estes políticos, técnicos e candidatos. “Quantos ex-prefeitos um dia não colocaram um vereador para ser secretário municipal? Quantos vereadores não vieram ingressar as fileiras de um poder público municipal alquilado por uma secretaria?”, questionou César Pires.

 

Ele parabenizou o atual diretor do INMEQ, o ex-prefeito Jones Braga, pelo trabalho que está realizando no órgão, ressaltando que não há nada ao arrepio da lei. “Um dia, quando a atual oposição virar governo, pode ter certeza que alguém será secretário também, aí eu vou perguntar se não é movido pelo sentimento político”, disse César.

 

FILIAÇÕES

 

Em um segundo momento do seu discurso, César Pires destacou sua opinião sobre o troca-troca de partidos. Ele disse que espera que o governo, ao findar o período de filiação partidária, não vire as costas para os aliados, que não dê proteção a alguns e libere outros à própria sorte. O deputado observou ser necessário que a governadora, como líder política do grupo ao qual pertence, comece a fazer um programa de coordenação dos Blocos e partidos aliados e que nesse momento tenha a compreensão exata do que significa a atuação de um deputado na Assembleia na defesa permanente do governo.

 

César afirmou que o seu cargo político pertence ao governo, mas a sua sorte política e o seu destino político pertencem a ele próprio. Na sua avaliação, os deputados têm que olhar os próprios caminhos para poderem se defender e desejou que acabe de uma vez por todas o comércio de vagas em pequenos partidos em troca de dinheiro ou emendas.

 

“O que não é certo é se ganhar emendas iguais por uma quantidade de votos maior, enquanto que outros deputados que se escondem da defesa do governo ganham na mesma quantidade. É preciso que se discuta isso de forma igual, de forma equânime com a mesma igualdade. Não é preciso fugir e se esconder da discussão”, disse César.

 

O deputado César Pires denunciou ainda que há candidatos saindo de grandes partidos, se escondendo, vendendo emendas e cargos futuros para poder ganhar eleição. Disse que quer o bem do governo, mas não há como se ajoelhar diante da própria sorte. Ele condenou o tipo de comportamento em que muitos mudam de partido para poder receber as benesses do poder perto da eleição e depois retornam porque não aquinhoaram votos e nem tiveram musculatura para suportar a dor política.

 

APARTES

 

O discurso de César Pires recebeu vários apartes. O deputado Hélio Soares (PP) parabenizou o colega por levar o assunto à tribuna. Segundo ele, o que existe é o descompasso e heterogeneidade da própria convivência e das cabeças que integram o parlamento, constituído por uma a diversidade de pensamento e de objetivos.

 

“Creio que todo mundo aqui tem um sentimento voltado para o engrandecimento do nosso Estado, cada um da sua maneira, mas o que legitima o político são os mandatos, aquilo que o povo concede”, disse Hélio.

 

Quem também se manifestou foi o deputado Manoel Ribeiro (PTB), que ao se referir à primeira parte do discurso do deputado César Pires quanto críticas da oposição sobre a ocupação de cargos públicos por políticos, disse que na Prefeitura de São Luís os cargos nas secretarias foram indicados por políticos, dentre os quais Flávio Dino e o vice-prefeito Roberto Rocha.

 

Também manifestando-se sobre a denúncia da oposição quanto ao INMEQ, o deputado Alexandre Almeida (PSD), em aparte, disse que a oposição, quando esteve no governo, também indicou para a Diretoria Geral do Ipemar o vereador Renato Dionísio, que tinha perdido a eleição e era amigo do ex-governador Jackson Lago “Há algum problema nisso? Não vejo nenhum. Agora eu só me recordo de um ditado que os meus avós me diziam: ‘todo mau pagador é um bom cobrador”.

 

O deputado Edilázio Junior (PV), também em aparte, disse que César Pires foi feliz na abordagem sobre a troca de partidos. Para exemplificar, ele citou a situação em que um politico é eleito por partido cristão e que amanhã vê a possibilidade de se eleger pelo partido ateu, então hoje mesmo ele deixa de ser cristão e vai ser ateu, pensando apenas na sobrevivência política, pouco importando a ideologia, os princípios e o carinho que aquele partido teve por esse político ou por esse deputado.

 

“Eu acho que o governo tem sim que tomar medidas para que possa tratar de forma igualitária todos os deputados, pois todos somos iguais e tratamos o governo de forma igual e somos tratados muitas das vezes de formas desiguais pelo governo”, declarou..

 

DESCRÉDITO

 

Na avaliação de Edilázio, é por isso que há tanto descrédito com os partidos políticos, pois a culpa é dos próprios políticos, uma vez que hoje este está do lado A e aí desfilia-se para filiar-se ao lado B apenas para se eleger, pouco importando a ideologia do outro partido, apenas pensando na eleição futura.

 

Hélio Soares complementou os debates, citando que ele próprio já teve dois partidos, “só não vivo trocando toda hora de camisa ou de casa”.  Disse que já foi do PST e que após a fusão seguiu para o DEM, antigo PFL, depois para o PP, no qual já exerceu três mandatos. Ele afirmou que não está saindo do PP, “estão me tirando do PP, é diferente, por problemas ideológicos e de opiniões”.

 

O deputado Hélio Soares afirmou não saber ainda em qual partido vai se filiar, mas já sugeriu uma discussão interna sobre o assunto, com a participação de todos os deputados,  já  defendendo a posição de que quem está em cargo de secretário não possa ser candidato.

 

Também se manifestando sobre o assunto, o deputado Alberto Milhomem (PSD) disse reconhecer que o problema não é do governo, não é dos partidos, mas sim de um sistema carcomido e corrompido existente no país. Na avaliação do deputado Milhomem, o troca-troca é que leva a esta situação, principalmente depois que o Partido dos Trabalhadores assumiu a direção maior deste país. “Ou nós mudamos esse sistema carcomido e corrompido ou não vamos para lugar algum”, concluiu.

 

 


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