Rebeliões e criminalidade comprovam falência da Segurança Pública, diz Cutrim

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Ribamar Santana / Agência Assembleia
20/11/2013 14h11

Rebeliões e criminalidade comprovam falência da Segurança Pública, diz Cutrim
Foto original

 

O deputado Raimundo Cutrim (PC do B) usou a tribuna da Assembleia, na sessão desta quarta-feira (20), para, mais uma vez, fazer contundentes críticas ao Sistema de Segurança do Estado do Maranhão. Ele fez alusão à obra de William Shakespeare, “Hamlet”, destacando a citação “há algo de podre no reino da Dinamarca”, afirmando que interpreta a situação da segurança como se fosse uma premonição para o momento presente do Estado do Maranhão.

 

Segundo o deputado, em um estado onde se gasta milhões com promoções de governo em detrimento à segurança, o cidadão não pode dormir em paz. “Em 2012, foram destinados R$ 820.409,338, 00 para a segurança, rateados entre despesas com custeio, investimento e pessoal. Em 2013, foram R$ 882.382,000, 00. A previsão para 2014 é de R$ 783.538,000, 00. Há uma redução de quase R$ 9 milhões”, observou.

 

Cutrim chamou a atenção das autoridades do governo para o fato de que, no próximo ano, vão assumir dois mil policiais militares e mais de 500 policiais civis, o que implicará em mais despesas e, com certeza, na necessidade de suplementar o orçamento da área de Segurança, lembrando ser este diferente da área de Educação, cujo valor de 25% está previsto em lei.

 

De acordo com o deputado, o que se vê na secretaria de Segurança, hoje, é uma mídia direcionada para abafar a falência generalizada do sistema, comprovada pelas constantes rebeliões nas penitenciárias e o crescente aumento da criminalidade. “A mídia direcionada pelo secretário de Segurança não vê a violência generalizada, vê apenas a violência artificial e interpreta como se fossem fatos isolados. Acho que parte da mídia deveria estar direcionada para contribuir para o bem comum e não para interesses escusos”, observou.

 

Raimundo Cutrim disse que se faz segurança com conhecimento, profissionalismo, liderança, participação e, acima de tudo, credibilidade junto à população, acrescentando que do jeito que as coisas vão não vai estranhar se colocarem um cabo para comandar os coronéis da Polícia Militar. “Como pode um agente de polícia comandar coronéis e delegados concursados?”, questionou.

 

O deputado alertou para um problema emergencial que acontecerá no Sistema de Segurança, revelado pelo presidente da Associação dos delegados de Polícia Civil, Marconi Chaves Lima, qual seja o do pedido de aposentadoria de 390 policiais, sendo desses 60 delegados, por falta de estímulo para permanência em razão das condições de trabalho, remuneração insignificante e comando midiático.

 

Cutrim declarou que as críticas que constantemente faz contra o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, não é uma questão pessoal, mas sim uma preocupação com a intranquilidade que vive, hoje, a população maranhense. “Manifesto-me pelo clamor público. Essa é a minha bandeira de luta. O tema segurança é para mim um assunto de extrema relevância, haja vista minha militância nessa área durante toda minha vida”, argumentou.

 

Por fim, Cutrim mostrou preocupação com a notícia divulgada na mídia de que os trailers instalados em vários pontos da cidade de São Luís, quando ele foi secretário de Segurança, serão retirados. “Bravatas, partam de quem partir, não é solução para os problemas. A insistência de encobrir os erros através de um poder midiático jamais visto na história do Maranhão, é uma falta de respeito ao povo”, analisou.


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