O líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), Rubens Pereira Jr. (PCdoB), fez um alerta, na sessão desta terça-feira (4), para “a maior crise de segurança da história do Estado do Maranhão”, e um apelo aos deputados para a importância do tema.
“Nem no tempo da CPI do Crime Organizado, quando esta Casa era presidida pelo deputado Manoel Ribeiro e tinha a frente o secretário Raimundo Cutrim, nem naquele tempo, que esta Casa chegou a cortar na própria carne, com dois deputados presos e cassados, a sensação de insegurança e a gravidade dos fatos sequer chegavam próximo do que aconteceu nos meses de dezembro e janeiro”, alertou.
Ao fazer avaliação sobre o problema, o líder do BPO afirmou que “a governadora fugiu de apresentar explicações e quando foi obrigada a dar, disse bobagem ao dizer que a crise no sistema carcerário se dava em função do Estado ter ficado mais rico. Por esta lógica, a Suécia deveria ser o país mais violento do mundo, ou a Dinamarca, ou a Suíça”.
Rubens Júnior lembrou que várias entidades já se manifestaram cobrando ações do Governo, a exemplo dos juízes que, em carta aberta, criticaram as medidas adotadas pelo comitê e os bispos do Estado, que também emitiram carta convocando uma grande caminhada da paz, no dia 1º de fevereiro.
Além disso, de acordo com o parlamentar, o Ministério Público, por meio do Procurador Geral da República, pediu a intervenção no sistema carcerário. O deputado insistiu que é preciso haver a intervenção e denunciou que a governadora anunciou reforma de duas unidades prisionais, através de dispensa de licitação, e quem ganhou foi a Techmaster, empresa que doou para a campanha de Roseana.
“Em 2013, tivemos o ano mais sangrento da história do Maranhão, especialmente refletido no número de assassinatos ocorridos na Grande Ilha, mais de oitocentos. Em 2009 e 2010 a média eram quinhentos assassinatos, e em 2013 mais de oitocentos, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Se nós formos pelo levantamento da imprensa, o número passa de mil, ou chega próximo a mil”, garantiu.
O parlamentar disse que a OAB vai entrar com uma ação pedindo uma pensão para a família da menina Ana Clara, que morreu por conta da queima de ônibus. “A mudança no Comando da Polícia Militar, no final do ano passado, trouxe melhorias para a corporação, mas enquanto a governadora insistir em manter o secretário Aluísio Mendes, os números vão continuar subindo. E o maranhense é quem vai continuar sofrendo”, frisou.
