Carlos Amorim critica a desocupação do território indígena Awá-Guajá

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Jéssica Barros / Agência Assembleia
04/02/2014 17h25

Carlos Amorim critica a desocupação do território indígena Awá-Guajá
Foto original

 

O deputado estadual Carlos Amorim (PDT) usou o seu tempo na tribuna, nesta terça-feira (4), para criticar a ação do governo federal que, a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai), determinou a desocupação, dentro de 40 dias, de moradores não-índios que vivem no território indígena Awá-Guajá, em cumprimento à decisão judicial expedida em dezembro do ano passado. O território em questão abrange os municípios de São João do Caru, Zé Doca e Bom Jardim.

 

O problema, que atinge cerca de 1.220 familias obrigadas a deixar para trás suas propriedades, de onde tiram o seu sustento há mais de 30 anos, preocupa o deputado. Segundo Amorim, o governo do Estado faz descaso da situação. “Eu fico surpreso com a omissão do governo do Estado do Maranhão a um problema social sério como esse, que está se arrastando há muito tempo. Não se vê uma palavra oficial do Governo em solidariedade a essas pessoas que sairão daquela área sem saber onde e para aonde ir”, disse Carlos Amorim.

 

Para o parlamentar, o Governo do Estado deveria mobilizar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Maranhão (Incra) para que providencie áreas destinadas ao assentamento das famílias. "São pessoas que produzem, que sobrevivem daquilo, pessoas que estão lá há décadas e têm crianças, e no entanto é lamentável a omissão, a despreocupação, a frieza do Governo do Estado para com as pessoas que habitam aquela região”.

 

Carlos Amorim fez ainda uma comparação com a crise no sistema penitenciário do Maranhão, afirmando que o “Maranhão está com sua imagem trucidada pela fragilidade do Sistema de Segurança Pública” e que o mesmo poderá acontecer com o caso de despejo das famílias que ocupam o território indígena. “A qualquer momento vocês também vão ver no Jornal Nacional e nos telejornais do país fatos envolvendo aquelas pessoas e índios em razão dessa omissão do governo”, afirmou.

 

APOIO

 

O deputado André Fufuca (PEN) entrou na discussão declarando total apoio ao posicionamento de Carlos Amorim. “Conheço muito bem aquela área e muitos moradores que ali vivem, e tenho a certeza e a convicção de que aquilo é uma das maiores injustiças e ato de crueldade já praticado pela Funai contra qualquer civil ou qualquer habitante de uma região. São pessoas que nasceram naquela região, idosos com as mãos e os pés calejados e rachados de tanto trabalhar e que hoje se encontram com uma mão na frente e outra atrás, tendo que sair de suas casas, de seus ranchos, de suas fazendas, de suas propriedades, que não foram compradas por má fé, como eles próprios dizem”, ressaltou.

 

Fufuca finalizou afirmando que “quem conhece as aldeias do Estado, hoje vê a concentração de miséria, a concentração de esquecimento de que seus moradores são vítimas. São postos de saúde sem médicos, são escolas sem professores. Ao invés da Funai achar que simplesmente doando terras irá curar o mal de séculos, ela deve, sim, cuidar da saúde e da educação dos seus índios. Abraço a sua causa, conte comigo nesta luta”, completou.


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