Neto Evangelista questiona retirada de moradores de área indígena

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Agência Assembleia
25/02/2014 13h52

Neto Evangelista questiona retirada de moradores de área indígena
Foto original

 

O deputado Neto Evangelista (PSDB) manifestou-se, na manhã desta terça-feira (25), preocupado com a situação de moradores que terão de ser retirados, por força de uma decisão judicial, da área denominada Terra Indígena Awá-Guajá. Ele fez um relato da recente visita realizada ao município de Zé Doca, na condição de membro do Comitê de Desintrusão, que coordena a retirada de moradores da área indígena.

 

Segundo o deputado, a Justiça decidiu adiar para o próximo dia 9 de março o início da desocupação da área, mas a situação no local continua preocupante. “Infelizmente, o interesse do governo federal me parece ser o mesmo interesse da Funai, que não me parece ser o mesmo interesse dos índios”.

 

Neto Evangelista frisou que há uma espécie de conflito entre o interesse da Funai e interesse dos indígenas. “Só para se ter uma idéia, há um litígio também a respeito de uma área indígena em Amarante, onde a Funai pede 75% daquelas terras. A população foi fazer passeata contra o pedido da Funai e, pasmem os senhores e senhoras deputadas, até os índios foram para a passeata ser contra o pedido da Funai”.

 

Em seu discurso, o deputado frisou que há um conflito entre 33 índios contra 1,2 mil famílias, das quais 427 famílias foram notificadas pela Justiça Federal. “Apenas 265 famílias foram registradas pelo Incra para fazer cadastro para o novo assentamento. Agora, essas famílias que têm raiz na região de Zé Doca, terão de sair de Zé Doca, e ir para a região de Parnarama, área para onde o Incra quer levar essas famílias”, lamentou.

 

Neto Evangelista observou que os antigos moradores terão de abrir mão de tudo que construíram na área indígena, com prejuízos na agricultura, na pecuária e na vida pessoal.

 

“Estas famílias vão ter que começar do zero. E torna-se necessária uma atuação do governo do Estado nesta questão, porque há diversos fazendeiros na região que estão disponibilizando suas terras para que possam ser vendidas para o Estado. O nosso apelo é para que aquelas famílias que serão retiradas do povoado da Vitória da Conquista, do Caju, em São João do Caru, possam ficar próximas das suas raízes. Se nós não quisermos ver uma guerra civil e outro derramamento de sangue aqui no Maranhão, como aconteceu em Pedrinhas e foi notícia internacional, que possamos agir e que o governo do Estado entre nessa querela também e possa dar um destino final para este conflito, já que o Governo Federal lava as mãos”, advertiu Neto Evangelista.


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