Durante toda esta quarta-feira (23) a Assembleia Legislativa sediou, através da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, audiência pública com a temática “A Sustentabilidade dos CEFFA’s” com o objetivo de debater a Pedagogia de Alternância no Estado e fortalecer a valorização da educação no campo.
O evento reuniu caravanas de estudantes, pais, funcionários de escolas e diretores de Associações, autoridades, agricultores, pesquisadores, acadêmicos, monitores, coordenadores pedagógicos, criando um espaço para discussões, reflexões, estudos e trocas de experiências sobre a Pedagogia de Alternância.
Além disso, uma delegação francesa da Fédération Départamentale dês MFR de L’Isére e da Asociacíon Internacional de los Movimentos Familiares de Formação Rural, instituições que representam a formação por alternância da França também se estavam presente.
Como parte da programação, durante à tarde o evento foi dividido em três paineis. O Painel 1 foi coordenado pelo representante da EFA’s Piauí, João Emílio, que teve como tema a ‘Vivência de Experiências da Pedagogia da Alternância nos CEFFA’S Do Maranhão’. Ou seja, o alto das experiências vividas pelos jovens das Casas Familiares Rurais (CFR) e Escola da Família Agrícola do Maranhão (EFA) e apresentação dos monitores falando das suas experiências de vida vivida nas CFR, do trabalho sem salário, salário baixo, jornada alta de trabalho e também experiência de agricultores.
O Painel 2 foi coordenado por Simone Almeida da Secretaria Estadual de Jovens Trabalhadores Rurais om o tema ‘Avanços e Desafios do Movimento CEFFA’s no Brasil. Para a presidente da ARCAFAR Nordeste, Antônia das Graças Santos Silva, o principal desafio é o financiamento público que garanta sustentabilidade da rede CEFFA’s do Maranhão.
Segundo ela, o maior desafio existente hoje é um projeto de lei e depois um decreto que garanta esse financiamento público todo início do ano letivo. Já os avanços são caracterizados pela quantidade de alunos formados pelo Maranhão, o desenvolvimento da agricultura familiar, a permanência dos jovens no campo.
E finalmente, o Painel 3 que foi coordenado pelo deputado Zé Carlos (PT) com o tema ‘Entidades Parceiras’. Parcerias essas que vem da França, dos bancos do Estado do Maranhão, de empresas, do governo estadual por meio das secretarias, do governo federal que falaram do apoio a essa política e de como será o apoio na parceria da sustentabilidade da formação da educação no campo através da Pedagogia da Alternância.
Antônia das Graças disse que já tiveram um avanço, tendo em vista que uma comissão de advogados da Assembleia Legislativa vai construir um documento, que vai ser aprovado, encaminhado ao deputado Zé Carlos e aprovado em regime de urgência.
“Nós esperamos um decreto, que regulamentem a lei que será aprovada e que garanta o financiamento todo o inicio do ano letivo para que os nossos jovens não tenham prejuízos. Que garantam o financiamento de formação de monitores, pagamento de monitores, manutenção das escolas, alimentação, transporte escolar”, finalizou.
De acordo com o deputado Zé Carlos a importância de debater A Sustentabilidade dos CEFFA’s é estratégica, primeiro porque no Maranhão praticamente 50% da população vive na zona rural, e consequentemente não se pode pensar em um Estado promissor economicamente que tem alavancagem que se precisa sem olhar para a área rural.
“E olhar para o desenvolvimento da área rural não se pode deixar de pensar a questão da educação. Uma educação voltada para o campo, para que os nossos jovens filhos de camponeses possam se inserir no mercado de trabalho de forma mais rápida e poder ajudar a construir esse Maranhão que estamos precisando”, afirmou.
Ainda para ele, tratar essa questão através da discussão e trazendo todos os envolvidos no processo é fundamental para conscientização dessa importância.
Um projeto de lei que garanta a manutenção das casas foi discutido. “O governo estadual tem dado apoio para essas Casas, entretanto tem sido feito através de convênios e isso há um descasamento entre o tempo da burocracia do convênio e o tempo eletivo e consequentemente tem causado grande prejuízo para essas casas, onde algumas inclusive chegam a ser fechadas por falta de acordo de recursos versos tempo das aulas desses filhos de agricultores.
