O deputado Eduardo Braide (PMN) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (3) para falar sobre a greve dos rodoviários, que já dura 13 dias em São Luís. O parlamentar demonstrou preocupação, pois, segundo ele, a greve já tem afetado seriamente a economia na cidade, e defendeu parceria institucional visando acabar com a situação.
“Até hoje somente escutei, e fiz isso para poder ouvir todas as correntes que acabam envolvidas nessa situação e procurar entender o lado dos empresários, dos trabalhadores, da população, dos comerciantes, que ontem, inclusive, cinco entidades representativas divulgaram uma nota alertando para o perigo que já está sendo ocasionado ao comércio”, ressaltou.
O parlamentar fez algumas ponderações em relação a essa situação. De acordo com ele, o direito de uma pessoa termina onde começa o da outra, então é justo os trabalhadores reivindicarem melhores condições, é justo o empresariado também entender e apresentar suas justificativas para a parte operacional do sistema, “mas onde está o direito de ir e vir? O direito das pessoas que estão sendo prejudicadas há vários dias por conta dessa situação da greve?”, se questionou.
Para Braide, a greve tem prejudicado seriamente as pessoas que precisam do transporte como forma de locomoção, pois tem sido impossível que cheguem ao local destinado com a falta dos ônibus.
Economia
Nesse contexto, ainda ressaltou que o representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Luís declarou que já houve queda na busca pelo comércio na Rua Grande, o coração do comércio da capital.
“Se está acontecendo isso lá, o que não está acontecendo em outros lugares também? Esse período que antecede a Copa, que poderia estar sendo utilizado pelo comércio para aumentar as suas vendas, gerar mais empregos e mais do que isso; aí vem a pergunta: quanto de impostos não está deixando de ser arrecadado por conta dessa greve? Eu tenho a absoluta certeza que muito mais do que aquilo que está sendo discutido, para que a Prefeitura possa repassar o dinheiro ao empresariado. E a pergunta que faço: quem vai pagar essa conta? Quem vai pagar a conta dos impostos que não foram arrecadados por conta da paralização?”, alertou.
Parceria
Braide destacou também que esse é um momento de parceria institucional, da união de todos, e de dar o pontapé inicial para que possam ver de que forma cada um, com a sua parcela de contribuição, poderá melhorar e acabar com essa situação.
O parlamentar ainda garantiu que a greve só terá sentido se ao final dela sair uma situação melhor do que quando ela começou. “Eu acho que é a hora de se tratar de forma séria e de se definir prazos para a licitação do transporte público, pois ela que trará melhores condições de transporte, ônibus mais novos e que atendam a população com melhor conforto e, mais do que isso, eu acho que é importante que quando terminar essa greve, o transporte público da nossa capital, tenha um ganho de qualidade, porque se a greve acabar simplesmente porque houve um acordo e não houver nada de melhoria, de que adiantou todos esses dias de sofrimento por que passou a população?”
Decisão judicial
Para finalizar, Eduardo Braide ressaltou que a decisão judicial tem que ser cumprida e o que está havendo é o desrespeito a uma decisão por parte do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Maranhão. De acordo com ele, quando se chega ao ponto de descumprir uma decisão judicial, está se afrontando inclusive o estado democrático de direito. “Portanto, eu acho que essa é uma situação que tem que ter um ponto final, mas, mais do que isso, esse ponto final deve vir com uma melhoria que nunca houve no sistema público do transporte da nossa capital”, finalizou.
