Empresários negam formação de cartel durante depoimentos na CPI

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Marcelo Vieira / Agência Assembleia
03/06/2014 19h32

Empresários negam formação de cartel durante depoimentos na CPI
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Começou hoje a segunda fase de oitivas da CPI do Combustível. Nesta terça-feira (3) a comissão ouviu na condição de testemunhas os empresários Oswaldo Americano Salomão e Sebastião Murad. Os dois negaram a formação de cartel entre os revendedores de combustíveis da capital maranhense.

 

Dono de sete postos de combustíveis — cinco na capital, um em Miranda e o outro em Itapecuru — Oswaldo Salomão disse que os preços praticados pelo setor são livres e seguem o mercado.

 

Segundo ele, o nivelamento de preços é um processo natural, onde o posto que praticar um preço maior fica sem vender o produto e acaba quebrando. Ele também negou que o Sindicato de Revendedores de Combustíveis exerça qualquer tipo de influência sobre o mercado ou na marcação de preços.

 

“O preço é livre. Coloco meu preço de acordo com o mercado. Se o concorrente aumenta ou reduz o preço eu mantenho o preço dele. O sindicato nunca interferiu no valor do meu produto,” disse o empresário. 

 

Segundo a ser ouvido pela comissão, o empresário Sebastião Murad negou a prática de cartelização dos postos da capital. Durante seu depoimento, Murad sugeriu que as distribuidoras é que devem ser investigadas por formação de cartel.

 

Ao comparar o preço da água mineral vendida no comércio com o preço do combustível, o empresário que gerencia o posto São Francisco, afirmou que combustível não é caro.

 

Segundo Murad, o setor precisaria de um lucro de 0,80 centavos no litro da gasolina para que o posto se mantenha bem no mercado e ainda ter um volume de venda superior a 150 mil litros de combustível.

 

Ele disse ainda que abertura de excessiva de postos numa distancia muito pequena de um para o outro atrapalhou o setor e o resultado é o fechamento desses empreendimentos.

 

O deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da CPI, disse que apesar das negativas dos empresários que já prestaram depoimento, nenhum deles foi capaz de apresentar argumentos que pudesse justificar o alinhamento de R$ 2,99 no preço do litro da gasolina em quase todos os postos da capital.

 

 “O fato de os empresários negarem a existência de cartel não quer dizer nada. Nenhum deles conseguiu explicar ou justificar o que levou os postos de São Luís amanhecerem com o preço de R$2,99”. Portanto, os depoimentos não têm descartado a suspeita da formação de cartel em São Luís”.

 

No mês passado a comissão analisou as últimas oitivas e documentos que comprovam a combinação de preços entre donos de postos. A Agência Nacional de petróleo também está colaborando com as investigações.

 

As oitivas continuam amanhã pela tarde no plenarinho da Assembleia Legislativa com os depoimentos de mais três donos de postos de combustíveis.  A CPI tem o prazo de 120 dias para apurar os motivos que levaram ao aumento abusivo no preço da gasolina.  E porque todos os postos da região metropolitana adotaram o mesmo valor.

 


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