Deputados condenam novas mortes e aumento da violência no Estado

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Waldemar Ter / Agência Assembleia
02/07/2014 15h08

Deputados condenam novas mortes e aumento da violência no Estado
Foto original

 

Deputados da oposição voltaram a condenar, nesta quarta-feira (2), as novas mortes registradas nos últimos dias no sistema prisional de Pedrinhas e o aumento da violência no Maranhão. O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB), ex-secretário de Segurança, disse, por exemplo, que “o Governo do Estado e a governadora Roseana Sarney estão praticando crime de genocídio por omissão”.

 

Cutrim contou que em menos de 48 horas foram três mortes no sistema penitenciário. “No ano passado foram 60, este ano já são 17 mortes no sistema penitenciário e vai ficando por isso mesmo, é sempre mais uma; e os homicídios não pararam, estão crescentes, assim como os assaltos a ônibus”, revelou. “O outro secretário que aí esteve acabou com o sistema, quebrou e o que se ouve é que o dinheiro do orçamento da secretaria foi gasto até dezembro. Como se vai administrar um sistema grande desse sem dinheiro? E até agora eu não ouvi falar que tenha vindo para Assembleia para que autorizasse alguma suplementação, mas a secretaria está devendo três ou quatros meses em todas as áreas, e as terceirizadas estão devendo 90 dias”, contou.

 

Depois foi a vez de o deputado Othelino Neto (PCdoB) condenar a nova onda de violência no sistema prisional do Estado. O parlamentar disse que recebeu, nesta semana, mais um levantamento do coordenador do Centro de Apoio Operacional ao Controle Externo da Atividade Policial, o promotor de Justiça José Claudio Cabral Marques, com um novo relatório de acompanhamento dos indicadores da violência.

 

“Agora o Ministério Público nos manda um novo levantamento que também comprova a total ausência de políticas públicas na área de segurança no Estado do Maranhão, fato esse que já é de conhecimento de todos, inclusive fez o Maranhão virar notícia negativa no âmbito nacional e internacional. Em Pedrinhas, então, já foram três mortes nos últimos dias e de fato o governo não consegue ter controle sequer sobre o seu sistema penitenciário, quanto mais com relação à segurança pública como um todo”, afirmou.

 

O parlamentar citou vários números para mostrar que o problema da violência persiste. “De 2009, ano em que a governadora assumiu, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral, o Governo do Maranhão, houve 351 assaltos a coletivos na grande Ilha de São Luís. Em 2013, foram 550. Olhem só, subiu de 351 para 550. Qual é a explicação para isso se não a absoluta falta de competência do Governo do Estado?”, questionou.

 

Quem falou ainda sobre o tema foi o líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), Rubens Pereira Jr. (PCdoB), que chamou de tragédia anunciada que se repete. “Afinal de contas, continua morrendo gente, em Pedrinhas, a crise do sistema carcerário se prolonga e não acaba nunca, e os seus efeitos são sentidos fora das paredes da penitenciária. O crime, no Maranhão, continua sendo comandado de dentro de Pedrinhas. Mais duas mortes nas últimas 24 horas e o Governo do Estado segue mudo, cego, surdo, imobilizado, com o perdão da expressão, sem qualquer tipo de providência concreta para que possa resolver definitivamente o problema”, garantiu.

 

O deputado Bira do Pindaré (PSB) foi outro que tratou do assunto em aparte. “Antes da tragédia de Pedrinhas, muita gente achava que o problema de Pedrinhas era um problema dos bandidos, e hoje está mais do que provado que os problemas de Pedrinhas são problemas da sociedade, porque Ana Clara está morta, e o Márcio Rony até hoje enfrenta problemas de saúde por conta daqueles ataques nos ônibus”, avaliou.


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