Audiência Pública discute problemas do Sistema Penitenciário do MA

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Jéssica Barros/Agência Assembleia
20/11/2014 13h12

Audiência Pública discute problemas do Sistema Penitenciário do MA
Foto original

 

Os graves problemas no Sistema Penitenciário Maranhense foram discutidos pela Assembleia Legislativa por meio de uma Audiência Pública realizada terça-feira (19). Além dos Deputados Bira do Pindaré (PSB) e Eliziane Gama (PPS), estiveram presentes, membros da Defensoria Pública, do Ministério Público do Trabalho, Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária.

 

Na audiência, organizada pela Comissão de Direitos Humanos, foram apresentados e debatidos com diversas instituições e setores da sociedade civil o acordo judicial firmado pelo Estado e pelas Defensorias Públicas – fruto de outra ação civil, em trâmite na Justiça Federal, que busca regularizar o Sistema Penitenciário do Maranhão.

 

“Nós chamamos a Audiência para a Assembleia, por uma demanda da própria Defensoria, que tem um papel importante na posição desse acordo que foi firmado e dessa forma pode ter um parâmetro, ter algo que posso permitir o monitoramento daquilo que é necessário ser feito para a melhoria do sistema”, explicou Bira.

 

Durante as discussões, o Defensor Público Federal, Yuri Costa, apresentou um acordo judicial, elaborado em seis meses, que prevê não só melhorias, mas também a superação da crise. Para ele, conhecer as etapas desse acordo é um dos encaminhamentos da Audiência.

 

“O encaminhamento principal que a gente quer é convidar os órgãos a conhecer o acordo que atinge uma série de obrigações e convidá-los, sobretudo, para fiscalizar. O acordo é um parâmetro muito interessante a ser colocado daqui em diante pra gestão do Sistema Penitenciário”, disse.

 

O Ministério Público do Trabalho que acompanha a situação dos presídios desde 2013 ajuizou duas ações na Justiça Trabalhista. A Procuradora-chefe do MPT, Anya Gadelha Diógenes, defende uma união de esforços para a solução dos gargalos da gestão penitenciária para os próximos anos.

 

“O problema é muito complexo. Envolve, além da situação dos presos, a situação dos trabalhadores. Então, é a união de esforços. Houve um acordo judicial numa ação promovida pelas Defensorias na Justiça Federal e esse acordo tem repercussão também nas condições dos trabalhadores que nós defendemos juntos na Justiça do Trabalho”, esclareceu.

 

Responsável pela elaboração das cláusulas do acordo, o Secretário Adjunto da SEJAP, Thiago Castro, na reunião, fez uma explanação sobre as obrigações que devem ser cumpridas a curto, médio e longo prazo, conforme prevê o documento.

 

 “Nós temos, em curto prazo, a questão de instrumentos que só precisa mesmo garantir que os Diretores das Unidades irão informar aos Juízes e cadastrar os presos. A médio prazo faremos a colocação de alguns núcleos de atendimento à família, de atendimento ao preso e ainda temos a possibilidade de garantir algumas reformas que já estão acabando; já a longo prazo iremos terminar e finalizar as demais obras que estão sendo feitas no interior do Estado”, esclareceu.

 

Dados

 

De acordo com o Sistema Integrado de Informações Penitenciarias, no Estado, a lotação dos presídios é superior ao dobro da capacidade. São 5.263 presos para 2.111 vagas. E, por conta desse déficit de 40% no total de vagas, as 26 Unidades Prisionais do Maranhão estão superlotadas.

 


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