Cutrim defende Waldir Maranhão de qualquer envolvimento na Lava-Jato

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Waldemar Ter/ Agência Assembleia
16/03/2015 19h22

O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) defendeu, na sessão desta segunda-feira (16), o vice-presidente da Câmara Federal, Waldir Maranhão (PP), de qualquer envolvimento nas denúncias feitas pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, no caso da Operação Lava-Jato. Cutrim citou vários casos para argumentar na defesa de Waldir Maranhão e negou que o deputado federal tenha recebido recursos desviados da Petrobrás.

 

Raimundo Cutrim defendeu a delação premiada como forma de ajudar nas investigações, mas disse que, em alguns casos, o delator costuma envolver pessoas inocentes. “Assim, ao ficarmos sabendo o nome e qualificação dos delatores e o conteúdo da delação antes mesmo do oferecimento da denúncia formal pelo Ministério Público, toda a investigação produzida fica fragilizada e correndo sérios riscos de ser perdida, jogando por terra todo o avanço da legislação. É evidente que o vazamento das informações prejudica a investigação e,principalmente, agride socialmente pessoas citadas, mas que a apuração mais detalhada provará a inocência ou não”, afirmou.

 

O deputado estadual do PCdoB citou dois exemplos nos quais que esse tipo de delação prejudicaram os casos. O primeiro, no assassinato do jornalista Décio Sá. “Naquele episódio, tentaram me envolver como um dos partícipes do crime somente para atender a interesses espúrios e ignóbeis do ex-secretário de Segurança, junto com mais três delegados de Polícia Civil, com o objetivo claro e indisfarçável de tentar me incluir naquela malfadada trama”, contou. “Felizmente, a Justiça prevaleceu e foi esclarecido tudo de uma história fabricada na mente dos perversos”, afirmou.

 

O outro caso emblemático, segundo Raimundo Cutrim, é o que envolve o deputado federal Waldir Maranhão. “Do mesmo modo, no caso do deputado Waldir Maranhão, que é o primeiro maranhense a ocupar a vice-presidência da Câmara Federal com 428 votos, a inclusão do seu nome na lista dos envolvidos na Operação Lava Jato, para ser investigado também deve ser recebido com cautela. Por quê? Porque não há nos autos absolutamente nenhuma prova, nenhum indício, mas apenas menção pelo delator de que ele estaria envolvido”, assegura.

 

De acordo com Cutrim, o jornal O Globo, em matéria publicada dois dias após a divulgação da lista dos mencionados pelos delatores, traz as fotos de cada um e quando se clica sobre as fotos aparece quanto cada um recebeu do esquema da Petrobras. “Um fato, no mínimo, curioso, quando se passa o cursor do mouse sobre a foto do deputado Waldir Maranhão uma informação registrada lá, é a de que o mesmo não recebeu nenhum recurso. Ora, mas se o mesmo não recebeu nenhum recurso, qual é acusação que pesa sobre o deputado?”, questionou.

 

Raimundo Cutrim frisou que no caso de Waldir Maranhão, nenhuma prova foi entregue que conste o seu nome. “Por fim, é de se estranhar que o tal doleiro Alberto Youssef foi preso em São Luís, no Hotel Luzeiros e, segundo informações, o mesmo, antes da sua prisão, estaria em reunião com uma autoridade do Estado. Em momentos antes, foi avisado que a Polícia Federal estaria chegando para prendê-lo, sendo que naquele momento a autoridade evadiu-se do local. Diante desses fatos, o que causa espécime é que o advogado de Youssef, o Kakay, era o mesmo advogado da ex-governadora Roseana Sarney. Outro fato também que chama atenção é no caso da Refinaria Premium. Aqui ninguém se preocupou em saber de quem era aquela construtora na terraplanagem, se ela sublocou como foi tudo isso, se era de algum maranhense, se era de outro Estado. Então isso também precisa ser esclarecido”, defendeu.

 

Cutrim rememorou todo episódio da tentativa de envolvê-lo no assassinato de Décio Sá. “Na delação premiada, nós temos que ter muita responsabilidade do delegado que está apurando, do Ministério Público, do Procurador, neste caso, como também do acusado, ou do delator, ou do colaborador e do seu defensor”, alertou. O deputado do PCdoB voltou a detalhar como o seu falso envolvimento no caso Décio teria sido articulado pelo ex-secretário de Segurança do Estado Aluísio Mendes.


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