Graça Paz denuncia morte de criança por falta de médico plantonista

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Ribamar Santana/Agência Assembleia
07/04/2015 16h50

Graça Paz denuncia morte de criança por falta de médico plantonista
Foto original

 

A deputada Graça Paz (PDT) denunciou da tribuna da Assembleia, na sessão desta terça-feira (07), a morte de uma criança em trabalho de parto da mãe, no município de Governador Luiz Rocha, pela falta do médico plantonista do Hospital Municipal, que também é o gestor daquele município, e não se encontrava na cidade. “Se tivesse ficado um médico de plantão, ele iria identificar que aquela mãe não poderia ter um parto normal”, afirmou.

 

Segundo a deputada, o fato ocorrido na noite de terça-feira (31) para quarta-feira (01) revoltou a população.  “A parturiente foi recebida no hospital por uma parteira já idosa e um técnico de enfermagem porque não tinha um médico para fazer a intervenção cirúrgica, e quando a criança nasceu cheia de hematomas, nasceu já morta de tanto ser forçada, de tanto ser maltratada”, esclareceu.

 

Graça Paz anunciou que vai apresentar um requerimento propondo que o fato seja apurado pela Secretaria de Saúde do Estado, para que isso não aconteça em nenhum município do Maranhão. “É uma denúncia que eu recebi e como representante do povo do meu estado, específica e particularmente do município de Governador Luís Rocha, é o meu dever pedir a apuração desse fato”, justificou.

 

APARTES

 

O pronunciamento da parlamentar mereceu apartes dos parlamentares Nina Melo (PMDB), Júnior Verde (PRB), Fernando Furtado (PC do B) e Levi Pontes (SD). “Estarei ao seu lado para defender as mães e as crianças do meu Estado”, disse a deputada Nina Melo.

 

O deputado Júnior Verde, por sua vez, afirmou que a denúncia da deputada pedetista vai ao encontro de um anseio coletivo, que é de fato termos uma saúde de qualidade e uma sociedade melhor para nós e os nossos filhos.

 

Fernando Furtado disse não ser mais possível se assistir a casos como esses e não se tomar nenhuma atitude em relação ao procedimento médico corrente de mandar a mãe de volta para casa porque a dilatação não é suficiente. “O ato do parto, do nascimento de uma criança, deveria ser um ato emergencial. Vamos no juntar e criar um a lei que dê essa garantia em qualquer hospital, inclusive do hospital particular, depois cobra do Estado, cobra do Governo federal, não pode é se perder uma vida”, defendeu.

 

O deputado Levi Pontes, que é médico obstetra, chamou a atenção em face da denúncia para alguns aspectos técnicos intrínsecos ao caso como, por exemplo, o fato de 95% dos municípios do Estado do Maranhão não disporem de médicos especialistas neonatologistas. “Em todo o interior do Maranhão, não vai se encontrar 100 obstetras de formação. A grande maioria dos colegas não é especialista em parto”, revelou.

 

Levi ressaltou outro aspecto técnico, que classificou de grande erro estrutural, que é o fato de que nunca quem faz o parto é o médico que acompanha o pré-natal. “A falha é do sistema como um todo, que não tem especialista naquela área para fazer um bom exame”, observou.

 


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