Em discurso na Assembleia Legislativa, a deputada Andrea Murad repercutiu as irregularidades apuradas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos durante inspeção no início de junho, quando a OEA enviou representantes para verificar se o governo está cumprindo as determinações exigidas pela Corte. Os casos encontrados nos presídios do estado foram denunciados pela revista de circulação nacional, Carta Capital, na edição desta semana.
"Existe detento preso em cela superlotada que sofre epilepsia, sem remédios, constantemente sofrendo convulsões. Outros recebendo medicamentos vencidos, desde agosto do ano passado. Tem preso com nítidos problemas de deficiência mental, sem tratamento psiquiátrico e que nem deveria estar ali. Falta assistência médica e a constatação de presos com tuberculose, hérnia, asma, braços e punhos quebrados, aguardando cirurgias. Então, são denúncias sérias que precisam realmente que o Governo do Estado, ao invés de estar achando que isso é perseguição política, tentar resolver os problemas que tanto criticaram no passado", discursou.
A deputada vai requerer que a Comissão de Saúde visite a unidade diante das apurações da corte.
"O que mais me chocou foi um diretor da unidade intimidar os detentos para tomarem cuidado com o que dizem, porque os representantes iam embora e ele ainda continuaria como diretor. Não se pode ressocializar um preso nessas condições, ele sairá pior do que entrou. E sobre assistência a saúde, um direito de todos, vou entrar com um requerimento na Comissão de Saúde para que nós façamos uma visita a Pedrinhas. Com certeza vai ser negado, mas eu vou procurar as medidas cabíveis e irei a Pedrinhas, além disso a Comissão de Saúde precisa mostrar trabalho, indo às UPAs que estão sucateadas, indo ver as denúncias do Hospital do Câncer sem remédio, sequer tylenol.", disse Andrea Murad.
