Assembleia Legislativa faz um minuto de silêncio em homenagem ao poeta Nauro Machado

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Nice Moraes/ Agência Assembleia
30/11/2015 20h24

Assembleia Legislativa faz um minuto de silêncio em homenagem ao poeta Nauro Machado
Foto original

O plenário da Assembleia Legislativa, na sessão desta segunda-feira (30), fez um minuto de silêncio  em respeito ao poeta Nauro Machado, que faleceu no último sábado.

Logo após, os deputados Sérgio Frota (PSDB), Othelino Neto (PCdoB) e Júnior Verde (PRB) usaram a tribuna da Casa para lamentar o falecimento e destacar a importância do poeta Nauro Machado no cenário da literatura conteporânea brasileira.

Sérgio Frota disse que Nauro Machado foi um dos maiores poetas contemporâneos do Brasil. “Por debaixo de muita consternação São Luís sepultou ontem [29] o grande poeta maranhense Nauro Machado, expressão marcante da literatura maranhense que alcançou ambiência nacional por meio da valiosa obra poética”, enfatizou o deputado.

O poeta nasceu em São Luís, 02 de agosto de 1935, era casado com Arlete Nogueira da Cruz com quem tem filho único, Frederico. Sérgio Frota lembrou que Nauro Machado nunca quis integrar o quadro de membros efetivos da Academia Maranhense de Letras, apesar de ser, por reiteradas vezes, convidado a pertencer à Casa de Antônio Lobo. Era assíduo frequentador das sessões públicas da instituição e, recentemente, recebeu expressiva homenagem da Academia Maranhense de Letras por ocasião dos seus 80 anos.

Biografia

“Poeta ensaísta de alto mérito, assim podemos resumir sem rigor cronológico, sua biografia”, afirmou Sérgio Frota, citando: A rosa blindada; Mar abstêmio; Túnica de ecos; Jardim de infância; Nau de Urano; A rocha e a rosca; Pão maligno com miolo de rosas; Pátria do exílio; Trindade dantesca; O cirurgião de Lázaro, e outros.

Nauro também é autor de três livros de prosa erudita em que enaltece a cidade de São Luís e suas personalidades: Tempo ladeado; As esferas lineares e Província - o pó dos pósteros.

Sérgio Frota afirmou também que a crítica mais acreditada do país já se manifestou acerca do alto teor poético de Nauro Machado, dentre eles, Josué Montello; Franklin de Oliveira; Moacir Felix; Teresa Miranda; Carlos Drummond de Andrade; Adonias Filho; Antônio Olinto; Fábio Lucas; Manoel Caetano Bandeira de Mello; José Guilherme Merquior; Henriqueta Lisboa e Assis Brasil.

“Pela irreparável perda para a literatura do Maranhão e do Brasil, requeiro o registro do falecimento do grande poeta Nauro Machado, com a recomendação que seja transmitido o pesar da Assembleia Legislativa à senhora Arlete Nogueira da Cruz, a viúva, e à Academia Maranhense de Letras”, finalizou Sérgio Frota.

Orgulho para o Maranhão

Othelino Neto lembrou que as obras do poeta Nauro Machado foram traduzidas para o alemão, para o inglês, para o francês e fez uma retrospectiva da vida do poeta. Ele disse que o Nauro, no meio literário fora do Brasil, era reconhecido como um dos grandes poetas do mundo, um orgulho para o Maranhão.

“Ele era um homem de vida muito simples. Ali no centro histórico, ele passou toda a sua vida produzindo poesias. Às vezes o Nauro passava por alguém e não falava. A pessoa olhava e dizia: o Nauro ficou arrogante, passa e não fala. Era ele andando na rua e fazendo poesias e montando os versos. Assim era o Nauro, um maranhense inesquecível, de vida simples e que dedicou sua vida em especial à poesia e a amar a cidade de São Luís”, lembrou Othelino Neto.

O deputado disse ainda que quando Nauro Machado estava inspirado, ele começava  a recitar as poesias dele a qualquer momento numa mesa de bar, na rua ou em um evento social. “Enfim, esse foi o Nauro Machado, um maranhense que nos orgulha e que nos deixou no último sábado, mas que sua produção literária vai ficar eternamente para que nós possamos conhecer, para que os nossos filhos saibam que um grande maranhense conseguiu produzir poesia de primeira qualidade. Que Deus o tenha em bom lugar e que ele vá fazer poesia, agora lá no Céu”, finalizou Othelino Neto.

Legado

“Cessou a poesia, mas não o poeta; porque a poesia, os versos, o pensamento plasmado no sentido, certamente, o poeta não o fará mais, mas a poesia vai ficar como legado. Então, nós não podemos falar na morte do poeta Nauro Machado; ele e a história vai nos dizer e nos dar esta reflexão. O tempo vai confirmar o legado de sensibilidade, de amor, de ternura, de reflexão que nos deixou o poeta Nauro Machado”, disse Júnior Verde. 


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