Bira do Pindaré defende eleições diretas para presidente

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Assecom/ Dep. Bira do Pindaré
19/04/2016 09h15 - Atualizado em 19/04/2016 17h14

Bira do Pindaré defende eleições diretas para presidente
Foto original

O deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) defendeu, na tarde desta segunda-feira (18), o resgate das eleições diretas para a presidência da república. Para ele, ao invés de debater o mérito, os deputados federais transformaram a sessão em eleição indireta para presidente da república.

“O que se fez ontem foi transformar aquela sessão na escolha de um novo presidente que não tem a chancela do sufrágio universal, da soberania popular, da força do voto que nós conquistamos com tanta garra e tantas lutas travadas neste país”, afirmou ao avaliar o último domingo (17), como um grande retrocesso para o Brasil.

Segundo o socialista, é necessário resgatar a luta pelas ‘Diretas Já’ para assegurar ao povo o direito de escolher o seu presidente, já que as pesquisas confirmam a rejeição do vice Michel Temer para o cargo de Presidente. Portanto, o desejo da população que foi utilizado ontem como argumento para aquela votação, não está sendo respeitado em sua plenitude, porque para isso é preciso entregar a sociedade direito de escolha, através do voto.

De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Data Folha, 80% dos manifestantes que foram para as ruas em protestos no domingo, não querem Temer na Presidência da República e Eduardo Cunha na vice-presidência da República.

Crimes de Responsabilidade

Citando o artigo 85 da Constituição Federal, Bira do Pindaré afirmou que são crimes de responsabilidade atos do presidente da República que atentem contra a Constituição Federal.

“Atos do presidente. Não são atos do amigo do presidente, nem do irmão do presidente, nem do aliado do presidente, são atos do presidente. E isso não foi analisado, não foi observado”, destacou ao lembrar que nenhum parlamentar declarou em que a presidente da república feriu a Constituição.

Quem votou, segundo o parlamentar, não o fez com base nos fundamentos jurídicos ou políticos que estavam sendo analisados. Pelo relatório da Comissão processante, deveria ser analisado se a presidente teria feito as supostas pedaladas e decretos de suplementos orçamentários. Se confirmado consistiria em crime, caso contrário, não.

“O que vimos foram deputados votando pelas razões mais diversas, pelo filho, pelo aniversário da filha, pela mulher, pelo tio. As mais diversas razões, menos o que realmente interessava ao povo brasileiro”, relatou.

Bira ainda lembrou o caso da deputada Raquel Muniz, que foi incisiva ao declarar voto favorável ao golpe em homenagem ao marido que é prefeito de Montes Claros em Minas Gerais. Na manhã desta segunda-feira, ele foi preso pela Polícia Federal, acusado por corrupção.

 O parlamentar ressaltou que a revolta do povo é contra a corrupção. “É isso que tem mobilizado massas e sentimentos. As pessoas não toleram mais a corrupção. Mas, ontem, o que se viu no Congresso Nacional não foi um enfretamento a corrupção. Para começo de conversa, uma sessão como aquela ser presidida por uma pessoa como Cunha não pode ser coisa séria”, concluiu.

Eduardo Cunha é réu declarado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal. Entre os crimes pelo qual é acusado, constam contas em paraísos fiscais na Suíça, cujo dinheiro é fruto de esquemas de propinas associadas à operação Lava Jato, além de ser citado no escândalo de Furnas e Panamá Papers.


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