O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) proferiu discurso, na sessão desta terça-feira (19), em celebração ao Dia do Índio, destacando que os problemas enfrentados pelos povos indígenas brasileiros ainda é um desafio às autoridades governamentais do País.
Cutrim lembrou que, ao longo de sua vida profissional, trabalhou cerca de 10 anos com a causa indígena, nas áreas do Alto Caru e Alto Turiaçu, no Maranhão, e em Roraima, onde teve a oportunidade de coordenar a Operação Selva Livre, entre os anos de 1989 e 1992.
“Naquela época, a nossa missão era retirar cerca de 40 mil garimpeiros da área indígena dos Yanomami, que são os índios mais rudes do Brasil, mais primitivos do mundo. Eles têm uma área em torno de dez milhões de hectares, e havia ali um trabalho para retirar todos os garimpeiros que atuavam naquela área. Nós conseguimos deixar a área praticamente sem nenhum garimpeiro”, recordou Cutrim.
Ele explicou que foi graças à Operação Selva Livre que surgiu a Lei Nacional do Meio Ambiente, na época sancionada pelo então presidente Fernando Collor. Cutrim também frisou que ainda é muito difícil o acesso à área dos Yanomami, onde ainda predominam endemias como a da malária.
“Como estamos hoje falando aqui do Dia do Índio, quero lembrar que as dificuldades ainda são muito grandes. Hoje nós temos ainda a Lei do Índio, que é de 1976, em que temos os índios isolados, agora em uma quantidade muito pequena. Hoje temos uma percentagem de menos de 0,1% de índios integrados no Brasil, ou seja, todos os índios ou quase todos são tutelados. Então toda a população indígena no Brasil hoje, quase que 100%, ainda estão em vias de integração”, assinalou Cutrim.