Um grupo de moradores da comunidade Nova Esperança, município de Paço do Lumiar, foi recebido na noite desta segunda-feira (24), no Plenarinho, pelos deputados Wellington do Curso (PP) e Sousa Neto (PROS). Eles vieram denunciar a ameaça de expulsão da área, localizada próxima à Cidade Verde, que mais de 500 famílias estão sofrendo por parte do Governo do Estado e pedir o apoio dos deputados para que suas posses sejam mantidas.
Segundo a representante dos moradores, Janaína Amaral, autônoma, a Justiça concedeu uma liminar de reintegração de posse ao Governo do Estado, mas eles conseguiram que fosse suspensa. "Somos mais de 500 famílias, algumas com mais de 20 anos de moradia na localidade, e o Governo do Estado está nos propondo aluguel social para apenas 44 famílias e a construção, na área, de uma unidade da Fundação da Criança e do Adolescente do Maranhão (FUNAC) e do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). Não vamos aceitar”, protestou.
QUEREMOS TERRA PARA QUEM NÃO TEM LAR
“Queremos o título de posse que nos foi prometido pelo prefeito de Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PC do B), durante a campanha eleitoral. Queremos terra para quem não tem lar. Não queremos aluguel social. Tenho fé que Jesus vai abençoar as autoridades para não tirar a gente daqui. É o que espero”, declarou a costureira e aposentada, Maria Vitória Lima, 75 anos, conhecida por “Roxinha”, moradora há mais de dois anos na área.
Para Eduardo Cruz, o que aconteceu na comunidade de Nova Esperança foi um estelionato eleitoral, pois o então candidato a prefeito Domingos Dutra (PC do B) prometeu que daria o título de posse para todas as famílias. “Agora, depois de eleito, ele nem nos recebe na Prefeitura. Nem os vereadores querem nos receber. Mas amanhã (25), pela manhã, vamos para a Câmara de Vereadores e depois para a Prefeitura de Paço do Lumiar. Exigimos respeito e a garantia de nossas posses”, revelou.
Uma comissão de moradores da comunidade Nova Esperança será recebida amanhã (25), à tarde, na Secretaria de Direito Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP) do Governo do Estado. “Esperamos sensibilizar o Governo do Estado no sentido de reconhecer o direito à posse de todas as famílias da Nova Esperança, que não têm onde morar e que vivem sobressaltadas com medo de despejo”, salientou Juarez Cutrim da Costa, 43 anos, morador há mais de dois anos.
POSIÇÃO DOS DEPUTADOS
“Nós estamos juntos e misturados. Nada vai acontecer a vocês. Contem com o nosso apoio”, afirmou o deputado Sousa Neto, que disse ter visitado a comunidade Nova Esperança e constatado a situação de desespero das famílias que ali moram. “Estejam certos que a Assembleia vai buscar a interlocução com o Governo do Estado para resolver esse conflito. Vocês são merecedores do título de posse. E vou colocar emendas para que sejam construídas uma creche, uma quadra e um restaurante na área”, acrescentou.
O deputado Wellington disse que foi surpreendido pela denúncia de ameaça de despejo das famílias da comunidade Nova Esperança e que vai tentar abrir um canal de diálogo com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Paço do Lumiar. “Não podemos prometer título de terra para vocês. Vamos acompanhar as reuniões de vocês com as autoridades e propor uma solução para o conflito que se estabeleceu. É preciso se chegar a uma solução. Vocês têm o nosso apoio”, esclareceu.
Wellington afirmou que, dependendo do resultado das reuniões que a comissão de moradores vai ter no dia de amanhã (25), poderá propor a realização de uma audiência pública para debater a questão com maior profundidade. “Estaremos acompanhando atentamente o desdobramento das reuniões para propor possíveis soluções para o caso”, frisou.