Audiência decide iniciar processo de articulação para viabilizar construção de Hospital da PM

icone-whatsapp
Ribamar Santana / Agência Assembleia
25/05/2017 08h54 - Atualizado em 25/05/2017 15h56

Audiência decide iniciar processo de articulação para viabilizar construção de Hospital da PM
Foto original

Audiência pública proposta e presidida pela deputada Valéria Macedo (PDT) debateu, nesta quarta-feira (24), à tarde, no auditório Fernando Falcão, da Assembleia, sobre a necessidade e viabilidade da construção e estruturação de um Hospital Geral da Polícia Militar do Estado do Maranhão e um Centro Integrado de Assistência Médica da Polícia Militar da Região Tocantina. “Vocês, militares, são nossos anjos protetores e merecem ser bem tratados e motivados. A construção de um Hospital da Polícia Militar é uma questão de justiça”, afirmou a deputada ao abrir o evento.

Centenas de integrantes de todas as patentes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militares lotaram as dependências do auditório Fernando Falcão. Como debatedores do tema, somaram-se à Valéria Macedo os deputados Levi Pontes (PC do B), que é médico, militar reformado e presidente da Comissão de Saúde, Wellington do Curso (PP), ex-militar do Exército, Cabo Campos (DEM), militar licenciado, Vinicius Louro (PR) e Eduardo Braide (PMN).

Por parte dos militares, os debatedores, dentre outros, foram o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel José Frederico Gomes Pereira; O Diretor de Saúde da Polícia Militar, coronel Alberto Nasser; O Subcomandante da Polícia Militar, coronel Jorge Luongo, e o Comandante do Corpo de Bombeiros do Maranhão, coronel Célio Roberto Araújo.

O PORQUÊ DE LUTAR POR UM HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR

“Quem tem direito a ter direitos é quem luta por eles. E vocês militares têm lutado muito e se mostrado uma categoria unida e organizada. Esse é um projeto que visa beneficiar todos os membros dessa corporação militar, ativos, inativos e os seus dependentes, estimados em uma população superior a vinte mil pessoas. O Hospital Geral dos Militares deverá ser construído em área própria da Polícia Militar, situada no mesmo espaço no qual se encontra o Comando Geral, no bairro Calhau. Deverá ser um hospital para atender serviços de média e alta complexidade”, esclareceu Valéria Macedo.

Foram exibidos vídeos com depoimentos de militares reivindicando a construção do hospital e mostrando a estrutura deficiente do atendimento de saúde de que dispõem hoje e, também, em contraste, a experiência do Hospital Dirceu Arcoverde da Polícia Militar do Estado do Piauí, considerado referência no Nordeste.

DEBATE

“Temos que ter um tratamento diferente. E isto não significa privilégio, mas o reconhecimento da missão que temos por dever cumprir, que é a de garantir a vida de cada cidadão. Essa é uma atividade que nos impulsiona ao perigo. Portanto, precisamos de um atendimento adequado às nossas necessidades”, defendeu de forma enfática o coronel José Frederico Pereira.

“Tínhamos um pequeno hospital que por alguma razão deixou de existir, e, que, durante muito tempo, não se tocou mais no assunto. Agora se acende uma nova chama. Esse projeto é bem-vindo e é um divisor de água. É preciso ter uma UTI e um centro Cirúrgico para atender um policial poli traumatizado. Não podemos estar na fila geral porque é muita gente. Isso não é luxo, não é vantagem, mas sim uma necessidade”, acrescentou o Comandante Geral da PM.

Para o Comandante-Geral da Polícia Militar, a sociedade brasileira precisa mudar muito os seus conceitos em relação àqueles que a protege. “É um paradoxo, no Brasil, ver aqueles que mais se expõem em defesa da vida, serem pouco valorizados. No Maranhão, estamos vendo esses conceitos se modificarem por parte do Governo do Estado, com o governador Flávio Dino (PC do B) mostrando-se sensível à nossa causa”, salientou.

O Comandante do Corpo de Bombeiros também defendeu a necessidade de um hospital para atender os militares. “Tivemos no passado e precisamos resgatar porque cada dia mais sentimos falta. A Vigilância Sanitária fechou o pequeno hospital que tínhamos, na Avenida Kennedy. Conquistarmos um outro só depende de nossa união”, frisou.

O médico cardiologista Marcone Pacheco, que atende a Polícia Militar, questionou a viabilidade da construção do Hospital Militar a curto, médio e longo prazo. “A curto prazo, porque não pensarmos em adotar um plano de saúde próprio para atender os militares. Poderia ser o FUNBEN”, indagou.

“Saúde é fundamental. É questão de honra. Os policiais militares adoecem. Ainda operamos de maneira jurássica. Temos hoje um Governo sensível à nossa causa, que é uma causa nobre. Hospital para os militares não é só uma necessidade, é uma prioridade. Vamos tirar isso do papel. Devolva-nos o nosso hospital de volta”, argumentou categoricamente o Diretor de Saúde da PM/MA, coronel Alberto Nasser.

Alberto Nasser informou que já existe um concurso para a área da Saúde em andamento dentro da Polícia Militar. “Com esse concurso já teríamos em torno de 75 profissionais das mais diversas áreas em condições de prestar serviço no Hospital Geral da Polícia Militar”, destacou.

APOIO DOS DEPUTADOS

Wellington do Curso disse que construir um hospital para os militares é um dever de justiça, que é o mínimo que o Governo do estado deve fazer em reconhecimento a essa corporação. “Vamos passar a lista dos deputados e pedir que direcionem recursos de emendas parlamentares para tanto. Podem contar comigo”, assinalou.

Eduardo Braide anunciou que vai disponibilizar R$ 300 mil em emenda parlamentar para a construção do Hospital da Polícia Militar. “Vocês cuidam de nossas vidas e são mais do que merecedores. A sociedade tem uma dívida para com vocês militares e essa é uma forma de tentarmos pagar”, salientou.

Cabo Campos chamou a atenção para a Lei de Organização Básica (LOB), da Polícia Militar, em fase de elaboração, que contempla o serviço de atendimento de saúde dos militares, como um dos seus direitos fundamentais. “Entendemos que devemos ampliar o nosso horizonte de conquistas. O Hospital da Polícia Militar é necessário e maravilhoso, mas precisamos assegurar mais direitos”, destacou.

Levi Pontes manifestou-se entusiasmado com a proposta de construção do Hospital da Polícia Militar. “A concretização desse sonho só depende de nossa união. É necessário que haja o engajamento de todos. Temos o apoio do governador e do secretário de Segurança Pública. Portanto, vontade política já temos”, lembrou.

Vinicius Louro declarou apoio à proposta e comprometeu-se, também, em doar uma emenda parlamentar no valor de R$ 300 mil para a construção do hospital. “Vim aqui dar o meu apoio e dizer que me coloco à disposição para lutar por essa causa”, declarou.

ENCAMINHAMENTOS

Dentre outros, foram tirados os seguintes encaminhamentos: a) Criação de um Grupo de Estudo Interinstitucional (GTI) para elaborar uma proposta que contemple questões como financiamento, custeio, quadro de pessoal, tipos de serviço, levantar dados demográficos sobre a corporação, conhecer outras experiências e visitar os deputados para pedir apoio; b) Reunir com a Bancada do Maranhão no Congresso Nacional para discutir a proposta; c) Reivindicar o Projeto Arquitetônico junto ao Governo do Estado; d)  Articular e mobilizar os deputados para que assinem um Termo de Compromisso em apoio à proposta.


Banner