Bira expressa indignação sobre caso de execução de vereadora

icone-whatsapp
Assecom / Dep. Bira do Pindaré
15/03/2018 17h42 - Atualizado em 15/03/2018 17h52

Bira expressa indignação sobre caso de execução de vereadora
Foto original

O deputado estadual Bira do Pindaré (PSB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, na manhã desta quinta-feira (15), para repudiar, com veemência, a execução sumária da vereadora Marielle Franco (PSOL). "Uma mulher, negra, representante do povo, militante das causas sociais e que exercia o mandato com muita dignidade no Estado do Rio de Janeiro", disse.

A vereadora foi assassinada na noite de quarta-feira (14), no bairro Estácio, Rio de Janeiro, quando voltava de uma atividade na Lapa. O motorista dela, Anderson Pedro Gomes, foi atingido pelos tiros e também morreu. Bira classificou o crime como bárbaro e destacou que é um acontecimento que causa profunda indignação e tristeza por conta do ódio e da intolerância que tomaram conta do Brasil.

“Não se pode mais, no Brasil, ter opinião, uma percepção da sociedade e professar suas convicções que, a meu ver, era o que a Marielle fazia. Ela se posicionou politicamente sobre o que acontece no Rio de Janeiro e no Brasil. E a resposta que recebeu foi vários tiros que ceifaram sua vida. De maneira que eu me pergunto: para que serve a intervenção no Rio de Janeiro? É para isso?”, questionou.

O socialista defendeu que as autoridades precisam colocar a mão na consciência e propor um debate franco, aberto e transparente sobre o problema da segurança pública no país e as providências que precisam ser tomadas para que haja superação da violência. Ele lembrou que, com a Campanha da Fraternidade deste ano, a Igreja Católica faz um chamado para a reflexão.

“O problema da violência não é só de polícia. É da polícia, porque precisa de repressão, mas é também do Judiciário, porque precisa de punição. Muitas vezes, a polícia faz a sua parte, mas o Judiciário negligencia. Às vezes, a polícia e o Judiciário fazem sua parte, mas a sociedade negligencia, e todos nós temos parte nesse caos que se instalou no Brasil, de violência e criminalidade”, ressaltou.

Para ele, é preciso que haja uma mudança de postura e atitude e uma união nacional para enfrentar essa problemática, que está no topo das preocupações do povo brasileiro. O parlamentar acrescentou, nesse sentido que, no Maranhão, o Governo do Estado tem feito a sua parte. Os relatórios anuais sobre a violência indicam uma queda brutal nos indicadores da criminalidade.

Eu quero destacar que do Maranhão, nós não podemos deixar de ver o que há de positivo acontecendo. É isso que alimenta a nossa esperança e aqui está se mostrando que é possível reverter essa tendência da escalada da violência, porque aqui os indicadores estão cada vez mais apontando uma diminuição da criminalidade.

De acordo com ele, muito ainda precisa ser feito, mas só o fato da região metropolitana de São Luís ter saído da lista das cidades mais violentas do mundo, já é uma indicação positiva de que o Maranhão, sob a liderança do governador Flávio Dino (PCdoB), está no caminho certo e que é possível conter a sangria. Em 2017, um estudo apontou que o Brasil lidera o número de assassinatos no mundo, com 60 mil mortes por ano.

“Só as guerras proporcionaram tamanha matança e tamanho extermínio. Hoje, é tão corriqueiro que a gente já nem consegue mais observar as notícias, porque a violência virou uma coisa banal, cotidiana, rotineira. Portanto, eu não poderia deixar de registrar a minha indignação com o que aconteceu no Rio de Janeiro e me solidarizar com os companheiros e companheiras do PSOL, de toda militância social aguerrida que atua neste País, que ousa erguer a voz e combater as injustiças”, acrescentou.

Bira do Pindaré ainda ressaltou que o caso da vereadora Marielle Franco vai ficar registrado na história, assim como todo o seu legado de luta em favor das causas sociais no Rio e também no Brasil. O parlamentar reforçou que espera que a justiça seja feita, e que o povo brasileiro contenha a sanha daqueles que alimentam o ódio e que alimentam a intolerância.

“O que mais me inquieta nesse caso da Marielle Franco é que, no dia seguinte, os comentários nas redes sociais e a repercussão, muitas vezes, é um debate fratricida, autofágico, que só alimenta o ódio e a intolerância. A democracia no Brasil realmente está extremamente abalada, porque hoje o respeito está em último plano. Nós precisamos restabelecer um ambiente de debate, de confronto de ideias, mas de respeito à dignidade humana, que é o que tem faltado neste país, que, infelizmente, está no comando de um governo que não tem moral nenhuma”, concluiu.

 

 


Banner