Projeto de Arnaldo Melo pretende classificar Alcântara como Município de Interesse Turístico

icone-whatsapp
Nice Moraes/Agência Assembleia
05/04/2019 14h52 - Atualizado em 05/04/2019 16h19

Projeto de Arnaldo Melo pretende classificar Alcântara como Município de Interesse Turístico
Foto original

Tramita na Assembleia Legislativa do Maranhão o Projeto de Lei 141/19, de autoria do deputado Arnaldo Melo (MDB), que classifica Alcântara como Município de Interesse Turístico (MIT). Ao justificar a proposta, Arnaldo Melo afirmou que Alcântara tem seu planejamento para o desenvolvimento do turismo alicerçado à criação de políticas públicas, pesquisas e planos de ação para os atrativos hoje existentes em seu território, mas não possui infraestrutura necessária de apoio turístico.

“Conto com o apoio dos nobres pares ao presente projeto, para que Alcântara  (MA) possa ser classificada como município de Interesse turístico, para que desenvolva a sua potencialidade turística, preservando suas riquezas naturais”, disse Arnaldo Melo.

De acordo com o IBGE/2010, a população de Alcântara é de 21.652 habitantes e possui uma área de 1.457.916 km². Integrante da Região Metropolitana de São Luís, distante 30 quilômetros da capital, o acesso à cidade pode ser feito por ferry-boats, que ligam a cidade de São Luís até o Porto de Cujupe, em Alcântara, bem como por barcos menores e catamarãs saindo do Cais da Praia Grande, no centro de São Luís. Por terra, o acesso é feito a partir do Porto de Cujupe, pela MA – 106. Via Rodoviária de São Luís, são aproximadamente sete horas de viagem, pelas BRs-135, 222, 014 e 106.

Centro de Lançamento

No início da década de 1980, o município foi escolhido para sediar o CLA – Centro de Lançamento de Alcântara. Segundo os especialistas, a escolha se deu em razão de sua privilegiada posição geográfica (entre as baias de São Marcos e Cumã), permitindo um baixo custo de lançamento de foguetes por sua proximidade da linha do Equador. Além de suas boas condições metereológicas climáticas, que são regulares, e ainda a sua posição no mapa oferecer satisfatórias condições de segurança.

Histórico

O município de Alcântara teve seu início no século XVI com um aglomerado de aldeias das quais faziam parte com o nome significativo de Tapuitapera (terra dos índios). Com a vinda da expedição de Daniel de La Touche, senhor de La Ravardiere, e a constante infiltração de franceses nas tribos indígenas, estabeleceram-se relações amistosas entre os dois povos. Pouco depois, batizava-se o primeiro alcantarense com o nome de Martinho Francisco. Em sua taba, ergueu-se uma capela, e conta-se ter sido celebrada aí a primeira missa em terras de Alcântara.

Após a expulsão dos franceses, firmou-se o domínio português, mas a importância da aldeia não foi diminuída. Entre 1616 e 1618, começou a colonização portuguesa em Taquitapera, com um pequeno presídio que os índios destruíram mais tarde. Com a subdivisão das capitanias do Maranhão e do Grão Pará, Taquitapera passou a condição de cabeça da capitania de Cumã, doada pelo primeiro gtovernador do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, ao seu irmão Antônio Coelho de Carvalho, a 19 de março de 1624. Entretanto, não parece ter o donatário dado rápido desenvolvimento à capitania, pois em 1641, ao tempo da invasão holandesa, foi ela abandonada após breve período de ocupação.

O progresso da aldeia só foi observado em 1648, quando elevada à categoria de vila, com o nome de Alcântara, sob a invocação do apóstolo São Matias. A essa época já existia uma igreja de pedra e cal dedicada a São Bartolomeu, e já estavam erguidos os primeiros engenhos de açúcar. Logo depois de criação da vila, iniciou-se a construção do Convento de Nossa Senhora dos Remédios, que mais tarde passou à invocação de Nossa Senhoras das Mercês, depois, do Convento de Nossa Senhora do Carmo, obra também vultuosa.

Alcântara prosperou progressivamente em todos os setores e tornou-se o maior centro produtor da província, em que se contavam as grandes fortunas da época. Sem dúvida o que muito contribuía para o seu enriquecimento era o número elevado de escravos.

Tornou-se habitual entre as famílias ricas enviar filhos a Coimbra para ali se educarem, já que a vila só dispunha de escolas das primeiras letras, prolongando-se essa prática por muitos anos. Contribuía para isso o número elevado de famílias constituídas por colonos portugueses ali radicados, em maioria de origem fidalga. Mais tarde, com a criação do curso jurídico no Brasil, Olinda substitui Coimbra.

Em 1835, foi criada a Comarca, sendo o seu primeiro promotor Clóvis Bevilacqua. Em 1836, foi elevada à categoria de cidade, fase em que atingiu o apogeu de sua grandeza. A promessa de visita de D. Pedro II, que nunca se concretizou, gerou uma competição entre barões para construírem, o que chamavam de o mais belo palácio para hospedá-lo. Daí o requinte e ostentação da arquitetura original da cidade, que chegou a ser capital da província. Com o fim da exportação do algodão do Maranhão para o mercado europeu, a abolição da escravatura e o deslocamento da produção maranhense do litoral para os vales dos rios Itapecuru-Mirim, Mearim e Pindaré, gradativamente. Porém, Alcântara perde o primado na produção maranhense, refletindo-se o declínio de suas atividades econômicas em sua vida social.

Monumento Nacional

Em 22 de dezembro de 1948, data do tricentenário de sua elevação a vila, Alcântara foi considerada “Cidade Monumento Nacional”, pelo acervo arquitetônico de seu Centro Histórico, dotado de belos casarões, herança de seu período áureo. Alguns em ruínas, mas mantendo a sua imponência e luxo, tombado pelo IPHAN.

Nas comunidades rurais, preservam muito das tradições dos índios e negros que ali habitaram na época da escravidão. São vários quilombos e comunidades que fazem questão de manter as características de seus ancestrais, numa demonstração de personalidade.

Fica próxima à cidade de Alcântara a ilha de Cajual, um importante sitio arqueológico do Maranhão. A presença de fósseis de espécies que também viveram na África, comprova que a África e América do Sul já foram um só continente.

Alcântara é muito conhecida pelos seus doces de espécie. A festa do Divino Espirito Santo (“Festa do Divino”) é bastante difundida no estado, já que são aproximadamente 15 dias de festa durante a qual são servidos, de graça, licores e doces. 


Banner