Na sessão desta quarta-feira (24), o deputado Vinícius Louro (PR) criticou duramente a administração local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em decorrência das péssimas condições das rodovias federais no Maranhão, enfatizando que a falta de manutenção das estradas estão sendo responsáveis por um elevado número de acidentes no interior do Maranhão. “Agora mesmo, nesse período do feriado da Semana Santa, muitos maranhenses tiveram de se deslocar para a tradicional confraternização da Semana Santa com suas famílias, e constatamos vários acidentes nessas rodovias, nas BRs, tanto na 135 como na 316”, ressaltou.
Ele chamou a atenção do colega Zito Rolim (PDT) para dizer que estava triste, decepcionado, em razão da direção regional do DNIT não haver respondido à Assembleia as solicitações feitas pelas comissões temáticas, principalmente a de Obras e Serviços Públicos, sobre o que realmente está acontecendo com as BRs do Maranhão, para saber se há recursos ou não, se as obras já foram licitadas ou se serão licitadas no verão.
Vinícius Louro destacou que o trecho que liga Miranda do Norte a Alto Alegre do Maranhão está totalmente intrafegável. “Essa é a palavra. A gente pode ver o volume de carretas que passam ali transportando soja, gado, alimentos aqui para a Ceasa de São Luís e comércios. Nós temos também ônibus transportando passageiros de outros estados, como também do interior para a capital. E há ainda as pessoas que vêm do interior, às vezes, tratar questões de saúde na cidade de São Luís e outros afazeres, sofrendo muito com esse problema. Eu já disse e vou repetir: se for preciso passar meus quatro anos de mandato falando da BR-135, da 316 e da inoperância do gestor do DNIT, passarei, porque o que eu quero é a solução para esse dilema”, frisou.
Em aparte, o deputado Zito Rolim (PDT) afirmou que também é vítima do que considera irresponsabilidade do DNIT. “Eu não sei por que e o que eles esperam para que tomem as providências. É verdade tudo isso que V.Ex.ª fala. Toda semana eu utilizo a BR-135 e vocês não imaginam o que eu tenho sofrido e visto. Agora há pouco, recebi a notícia de que uma grande amiga foi vitimada por um acidente causado exatamente por essa buraqueira nas estradas “, acrescentou Zito Rolim.
De acordo com Vinícius Louro, seu colega Felipe dos Pneus o informou que uma senhora acabou morrendo num acidente em Santa Inês, por conta da extensa buraqueira na estrada, sendo que o DNIT teria tapado o buraco, após ser informado sobre a tragédia. “Para que vocês tenham uma ideia, foi preciso morrer gente para que esse órgão tomasse alguma medida”, enfatizou Vinícius Louro.
Vinícius Louro concedeu aparte à deputada Daniella Tema (DEM), que disse estar ao lado dele nessa luta. Ela afirmou que antes da estação chuvosa, costumava gastar apenas cinco horas numa viagem de São Luis até sua cidade, Tuntum, sendo que, agora, com as péssimas condições da estrada, gasta 7 horas fazendo o mesmo percurso. Ela lembrou do risco que é iajar pelas BRs no Maranhão e afirmou que é preciso uma junção de forças para que o DNIT venha a modificar esse panorama.
Yglésio Moisés (PDT) disse, também em aparte, que a filosofia de trabalho do DNIT vai na contramão da administração pública no Maranhão. Falou sobre as estradas que são mal feitas e não são conservadas e mostrou-se solidário à preocupação do colega Vinícius Louro.
O deputado Rigo Teles (PV), que também pediu aparte, sugeriu a Vinícius Louro a criação de uma Frente Parlamentar pela recuperação das rodovias. Afirmou sentir certa ponta de inveja quando visita outros estados e observa as condições de trafegabilidade das rodovias federais.
O parlamentar finalizou afirmando que não poderia aceitar tal situação. “Isso aqui é a indignação de um cidadão que tem a autonomia de estar dentro deste Parlamento, representante do povo e sendo a voz popular, porque somos cobrados lá nas bases, na minha cidade, Pedreiras, nos municípios de Trizidela do Vale, Lima Campos, Bernardo do Mearim, e em toda a região do Médio Mearim. Nós estamos falando de mais de 300 mil pessoas. Logo, temos de trazer essa demanda para o Parlamento. E aqui parece que o responsável pelo DNIT está fazendo ouvido de mercador. Eu estou achando que se trata de um gestor que não se preocupa com nada. Parece que ali tem uma cabeça de burro enterrada”.