Comissão de Saúde ouve presidente da Caema sobre atuação da empresa

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Waldemar TER / Agência Assembleia
26/06/2019 15h12 - Atualizado em 26/06/2019 15h25

Comissão de Saúde ouve presidente  da Caema sobre atuação da empresa
Foto original

Em audiência realizada nesta quarta-feira (26), na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Maranhão, o diretor-presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), engenheiro Carlos Rogério Araújo, falou sobre a situação da empresa e, em especial, sobre o episódio da falta de água em 80 bairros, registrado há duas semanas, por conta de problemas na rede do Sistema Italuís.

A audiência foi conduzida pelo deputado Dr. Yglésio(PDT ), que é vice-presidente da Comissão de Saúde, e participaram vários parlamentares, entre eles, Rafael Leitoa (PDT), Fernando Pessoa (SD), Adriano Sarney (PV), Wellington do Curso (PSDB), César Pires (PV), Adelmo Soares (PCdoB), Ariston Sousa (Avante), Helena Dualidade (SD), Pastor Cavalcante (Pros), Marco Aurélio (PCdoB), Vinicius Louro (PL) e Duarte Júnior (PCdoB). 

Realizada no Plenarinho, a audiência começou de manhã e terminou no começo da tarde, por conta dos vários temas abordados no encontro. A audiência aconteceu após o Plenário rejeitar a convocação do presidente da Caema, solicitada pelo deputado Adriano Sarney. Por solicitação do deputado Dr. Yglésio, o presidente da empresa foi convidado a falar sobre a Companhia e as ações que estão sendo feitas para melhorar o abastecimento de água e tratamento de esgoto no Estado. Carlos Rogério fez, então, uma explanação sobre a situação do órgão.

Números em vermelho

O presidente da empresa falou, por exemplo, dos investimentos feitos para melhorar o Sistema Italuis e ações adotadas para ampliar o abastecimento, em especial na Ilha, apesar da empresa enfrentar problemas financeiros. De acordo com o engenheiro, a empresa tem a receber R$ 800 milhões em dívidas. Ele disse que foram contratadas três empresas para receber essas dívidas ganhando comissão, modelo adotado há 60 dias, o que já mostrou um incremento na arrecadação de R$ 3 milhões. 

Segundo o presidente, a empresa possui 2,3 mil servidores, com folha de pessoal totalizando RS 10 milhões/mês. Cerca de 500 servidores antigos custa R$ 4 milhões. Seriam necessários investimentos de R$ 80 milhões para quitar as dívidas trabalhistas desses servidores, se fossem dispensados.

Carlos Rogério contou que, atualmente, o déficit mensal é R$ 22 milhões. Parte também pelo valor da conta de energia elétrica, em torno de R$ 9 milhões por mês. Só a conta de energia do Sistema Italuís é R$ 1,7 milhão/mês, mas a conta maior é com a Previdência Social e a folha de pessoal. O engenheiro informou que a empresa é deficitária desde governo anteriores, mas que, agora, medidas estão sendo tomadas para sanar as finanças.

Apesar dos números negativos, o presidente da empresa não defendeu a privatização da companhia, ao garantir que ela é viável a curto prazo; e aos poucos vem oferecendo água de qualidade e que a nova legislação em vigor está ajudando na sua recuperação.  O engenheiro listou outras medidas que estão sendo adotadas para resolver o problema. 

Grande desperdício

O presidente disse que a Caema opera em 123 municípios, mas o desperdício é muito grande, em torno de 60%, o mesmo índice do Nordeste. A média nacional é 37%.  No Japão, são só oito e em Israel, abaixo de dez. O consumo maranhense é de 293 litros, mas a ONU recomenda só 150 litros/dia. Uma das medidas anunciadas é combater o desperdício e que a empresa cobra a menor tarifa do país.

Houve vários questionamentos ao presidente da Caema, começando pelo deputado Dr. Yglésio, que elogiou a disposição do engenheiro em conceder informações para a Comissão de Saúde. Já o deputado Vinicius Louro quis saber o que a Caema está fazendo para ajudar a preservar os rios maranhenses. 

O líder do Governo, Leitoa, deputado Rafael Leitoa, frisou que empresa está enfrentando problemas herdados de governos anteriores. A Duarte Júnior Carlos Rogério informou que a Caema assumirá o abastecimento do Polo Coroadinho, atualmente da Prefeitura de São Luís, no prazo de 60 dias. 

Críticas da oposição

Coube aos deputados oposicionistas César Pires, Wellington do Curso e Adriano Sarney questionaram s situação financeira da empresa e o déficit registrado hoje. Adriano propõe que a empresa coloque no papel as medidas que precisam ser adotadas para sanar os problemas e que o documento seja entregue a deputados, governos e bancos em busca de recursos.

Já César Pires questionou o plano de recuperação da empresa, que vem aumentando as despesas com pessoal em 4,1%. A redução nos investimentos, segundo o deputado do PV, foram de 22%.

Especificamente sobre o Sistema Italuis, o presidente da Caema contou que  foram investidos R$ 136 milhões, oriundos do Governo Federal, com contrapartida de R$ 55 milhões do Estado, em várias áreas para melhorar a rede de distribuição de água e a rede elétrica. Já o sistema abastece 60% de São Luís.

De acordo com Carlos Rogério, São Luís estava havia 400 dias sem rompimento na rede, mas existe um trecho que ser colocado tubos mais resistentes


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