Escuta pública para revisão do Código Estadual de Meio Ambiente discute política florestal

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Waldemar TER / Agência Assembleia
20/05/2021 20h12 - Atualizado em 20/05/2021 20h32

Escuta pública para revisão do Código Estadual de Meio Ambiente discute política florestal
Terceira escuta pública para revisão do Código Estadual de Meio Ambiente aconteceu na tarde desta quinta-feira | Agência Assembleia
Foto original

Com o tema "Áreas protegidas e Política Florestal", a comissão de juristas instituída pelo presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), deputado Othelino Neto (PCdoB), realizou, na tarde desta quinta-feira (20), a terceira escuta pública para revisão do Código Estadual de Meio Ambiente, com transmissão online pelo canal da TV Assembleia no YouTube (TV Assembleia MA). 

A reunião foi conduzida, mais uma vez, pelo presidente da Comissão, promotor de Justiça Fernando Barreto, que destacou a importância do evento. “A comissão de estudos visa construir modelos e sugestões a serem oferecidos para um futuro processo legislativo, com os estudos enriquecidos com a colaboração de diversos setores da sociedade. Vamos definir o processo legislativo e ampliar o debate, ouvindo a sociedade e segmentos interessados, para aprimorar a legislação, que é bastante antiga”, explicou o promotor.

A advogada e especialista em Direito Ambiental Lorena Sabóia mediou a reunião, da qual participaram também autoridades como o juiz Douglas Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís; o advogado Sálvio Dino Jr., relator da Comissão; o procurador-geral da Alema, advogado Tarcísio Almeida Araújo; o empresário Roberto Bastos, representante da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema); e a liderança indígena Marcilene Guajajara.

Elogio

Marcilene Guajajara, que representa 12 povos e comunidades, fez uma fala ativa e elogiou o trabalho da Comissão por permitir a participação de todos os segmentos da sociedade. “Os povos indígenas não querem atrapalhar. Queremos ter uma participação direta na questão do meio ambiente. A maioria dessas áreas está em terras indígenas e é boa essa escuta para ouvir os povos. Queremos que todos participem e dialoguem com os políticos e gestores públicos. Queremos essa aproximação. Não somos inimigos. Queremos um desenvolvimento sustentável”, assegurou.

Todos elogiaram as declarações e a participação da liderança indígena, a exemplo do juiz Douglas Martins. “Quero parabenizar a Comissão pelo trabalho que está fazendo, ao recolher as propostas de representantes da sociedade, como da líder indígena Marcilene. Demonstra vontade de participar e os pontos de vista dos povos indígenas são fundamentais, o que nos deixa esperançosos. Sem eles, a contribuição ficaria claudicante”, elogiou o juiz.

Os demais participantes destacaram também a participação da liderança indígena, como o advogado Sálvio Dino Jr. Ele disse que é grande o desafio da atualização do Código de Proteção Estadual do Meio Ambiente, que existe há 29 anos. “Essa participação popular é fundamental. No final, vamos fazer um anteprojeto de lei com as propostas recolhidas e um relatório que seja a tradução jurídica do que vamos apresentar à Assembleia. Vamos recolher as propostas e facilitar a participação popular, para que seja feito este o projeto que vai tramitar na Casa”, afirmou.

No encerramento do encontro, a mediadora da reunião, advogada Lorena Sabóia, agradeceu a participação de todos e disse que haverá pela frente ainda duas próximas escutas, para fechar o ciclo de cinco previstas, e que a anterior teve como o tema “Política Estadual de Resíduos Sólidos e Estímulos Legais”.

A comissão é formada por 13 membros, entre eles representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público, OAB/MA e sociedade civil. Terá prazo de 180 dias, quando serão realizadas cinco escutas públicas para a elaboração da minuta de um anteprojeto de lei e atualização da legislação ambiental que, no Maranhão, é regulamentada pela Lei Estadual 5.405/92, que, desde então, não sofreu revisão.


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