Beleza e representatividade: Miss Maranhão fala sobre empoderamento das mulheres negras

icone-whatsapp
Agência Assembleia
15/03/2022 12h25 - Atualizado em 07/04/2022 13h25

Fonte: TV Assembleia

É uma grande virada de chave quando uma mulher negra ocupa um espaço, predominantemente apossado por mulheres brancas, que a destaca como um símbolo de beleza. Danielly Martins, de 23 anos, é dona da coroa que disputará o Miss Brasil em 2022 representando o Maranhão. Em meio ao preconceito, a modelo afirma que a trajetória de uma mulher negra é repleta de desafios.

“Passei por inúmeras situações em que fui diminuída e que as pessoas deixavam claro que eu não poderia ganhar o concurso devido ao meu cabelo e minha cor. É inegável como uma mulher negra, fora dos padrões embranquecidos impostos pela sociedade, sofre em ambientes como esse”, afirma Danielly.

Beleza e representatividade

Segundo a modelo, a representatividade de mulheres negras em concursos como o do Miss traz o reconhecimento da beleza negra, historicamente depreciada, além de servir como referência para a autoestima de outras meninas que sofrem com o racismo. Para ela, há muito a ser feito, mas a representatividade nos concursos pode ajudar a criar novos parâmetros de beleza.

“Minha trajetória é marcada por muita perseverança. Quando eu era criança, não enxergava beleza em mim porque não via pessoas parecidas comigo como referencial em revistas e nas passarelas, muito menos com meu cabelo. Depois, percebi que, as poucas vezes que acontecia, não tinha a atenção da mídia. Meu maior objetivo é ser essa referência para outras meninas”, ressaltou.

O empoderamento de mulheres negras abre um leque para evidenciar que competência e segurança são características que não estão atreladas a cor da pele ou a qualquer outro estereótipo. “Precisamos nos valorizar a fim de encorajar outras mulheres a também enxergarem o melhor de si. Essas conquistas são uma possibilidade de projeção para um novo futuro”, finalizou a Miss Maranhão.


Banner