Fonte: TV Assembleia
Conciliar a vida profissional com a materna é uma das grandes adversidades enfrentadas por diversas mulheres. Embora a consciência sobre o assunto tenha evoluído nos últimos anos, ainda há um longo caminho a ser percorrido. A médica Patrícia Canelas, mãe da Maitê e da Betina, de 5 e 2 anos, respectivamente, afirmou que encontrar uma forma de equilibrar todas as atividades é um desafio.
“A mulher tem realmente um dom muito forte para a proatividade e acaba conseguindo fazer tudo o que precisa. Não é fácil, visto que nosso dia começa muito mais cedo e, se não for assim, fica ainda mais difícil efetuar todas as tarefas. Vale ressaltar a importância da rede de apoio, o ritmo pessoal desacelera muito mais quando tem pessoas te auxiliando nas atividades”, enfatizou Patrícia.
As mulheres, independentemente de ser mãe ou não, possuem habilidades especiais, a exemplo do relacionamento interpessoal positivo. Empatia, acolhimento, escuta ativa, comprometimento e flexibilidade são habilidades que as mulheres desenvolvem com mais facilidade e, com a maternidade, podem se aguçar ainda mais, o que favorece seu perfil de liderança no ambiente de trabalho.
Saúde mental
Por outro lado, embora muitas mulheres consigam manter a rotina cheia e acelerada, outras pensam diferente e se sentem sobrecarregadas. Segundo a psicóloga Artenira Silva, a questão é preocupante, uma vez que a dupla jornada das atividades profissionais e pessoais pode ter um impacto negativo na saúde mental.
“Quando alguém evidencia que o exercício do trabalho doméstico é predominantemente um papel feminino, a mulher está sendo escravizada a esse lócus de ‘rainha do lar’, em que a romantização dessas múltiplas possibilidades acaba aprisionando-a. Esse cenário pode afetar gravemente a saúde mental dessas mulheres”, explicou a psicóloga.
Neste contexto, Patrícia Canelas menciona que, assim, surgem as cobranças internas para que todas as tarefas sejam executadas de forma satisfatória. “Às vezes ficamos mal por não conseguirmos ser 100% em tudo e pensamos que devíamos ter feito mais ou melhor. É preciso saber que as coisas feitas com amor é o suficiente, independentemente do resultado”, finalizou.