Com o tema “Diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar para dançar”, a quadrilha Fogueira Viva traz pela primeira vez a participação de uma rainha caipira gay, com o objetivo de ter uma brincadeira inclusiva no São João deste ano e que combatesse a homofobia.
Fundada em 2016 no bairro Vila Embratel, na área Itaqui-Bacanga, em São Luís, a quadrilha conta com 70 integrantes, mas a personagem da rainha sempre é o grande destaque nas brincadeiras. Na Fogueira Viva, o papel será interpretado pelo auxiliar administrativo DawidSilva, de 24 anos, que assumiu a sua homossexualidade na adolescência.
“É um papel muito importante porque a quadrilha junina nunca teve na história dela uma rainha gay, mas o cenário está mudando. Nos ensaios, tivemos uma rotina muito exaustiva, mas igualmente prazerosa, com muita alegria e amor depositado nos trabalhos. Me sinto lisonjeado de estar representando o início de uma quadrilha inclusiva”,afirmou Dawid Silva.
Sobre a quadrilha
A Fogueira Viva partiu da iniciativa de moradores e jovens da comunidade que decidiram alavancar a cultura popular na região. O grupo é formado por jovens atores que esbanjam talento no tradicional casamento na roça com textos originais, tendo compromisso com o humor saudável dos velhos tempos adaptados à modernidade.
“As atividades visam aproximar de forma significativa todas as camadas sociais da comunidade para conscientizá-las sobre a importância e valorização da cultura, como uma forma de assegurar a manutenção da tradição cultural”, afirmou Jadson Diniz, fundador e presidente do Instituto Social e Cultural Fogueira Viva.
Segundo Diniz, a quadrilha demonstra a importância da cultura no desenvolvimento em todos âmbitos da população, principalmente afastando de modo eficaz os jovens da criminalidade e despertando-os para uma vivência comunitária de qualidade, principalmente longe do ócio e das drogas.
O grupo abrirá os trabalhos, nesta quinta-feira (16), no ‘Arraiá do Povo’, às 19h, no estacionamento da Assembleia Legislativa do Maranhão. “Após dois anos sem poder brincar nos arraiais, esse é o momento de aproveitarmos o melhor que das festas juninas. Estamos com grandes expectativas”, concluiu Diniz.