Cacuriá de Dona Teté: manifestação cultural mescla músicas de duplo sentido e coreografias sensuais

icone-whatsapp
Agência Assembleia
17/06/2022 14h27 - Atualizado em 18/06/2022 11h12

Uma das danças que marcam o São João do Maranhão é o ‘Cacuriá de Dona Teté’. A manifestação cultural que mescla músicas de duplo sentido e coreografias sensuais encanta pela batida cadenciada marcada pelas caixas, instrumentos musicais de percussão originalmente usadas na festa do Divino Espírito Santo, apontada por pesquisadores como a origem da dança.

Segundo informações do livro ‘Vem cá curiar o cacuriá!’, da jornalista maranhense Inara Rodrigues, a dança foi criada em 1973 por Alauriano Campos de Almeida, folclorista conhecido como “Seu Lauro”. No entanto, a dança é associada popularmente à figura de Almerice da Silva, a “Dona Teté”, que foi dançarina do Cacuriá de Seu Lauro.

Em 1986, participando de uma peça de teatro pelo Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), Dona Teté criou sua versão do cacuriá com o incentivo de Nelson Brito, na época coordenador do Laborarte. Embora não tenha sido o primeiro grupo a surgir, o Cacuriá de Dona Teté serviu como inspiração para criação de vários outros grupos da dança.

Além de referência para a população local com coreografias marcadas e ritmo contagiante, músicas como “Choro de Lera”, “Jabuti” e “Jacaré” são conhecidas não somente no Maranhão, mas também em outros Estados. Os integrantes dançam em duplas com movimentos cheios de sensualidade coreografados em uma roda, conhecida como “cordão”.

Os pares dançam com muito rebolado do quadril, improviso e interação com o público. O ritmo fica a cargo das caixeiras, que cantam toadas que abordam temas sobre a natureza, crenças, brincadeiras antigas e, também, anseios da população. As mulheres usam blusas curtas e saias rodadas compridas, enquanto os homens usam um colete e calças curtas.


Banner