De acordo com o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Erik Figueiredo, o Brasil deverá terminar 2022 com uma queda significativa no índice devido a medidas de assistência social, o que vai na contramão do aumento mundial das taxas de extrema pobreza. Em 2019, as famílias nessas condições eram 5,1% do total dos lares brasileiros.
O economista explicou que as famílias que vivem em estado de extrema pobreza (quando a soma da renda de todos os integrantes não ultrapassa US$ 1,90 ao dia) deverão cair para 4,1% até o final de 2022.
“Esse choque está sendo observado no mundo e isso é uma previsão do Banco Mundial. Porém o Brasil, devido às políticas de mitigação dos efeitos da covid-19, caminha no sentido oposto”, afirmou Erik Figueiredo.
O presidente do Ipea falou, também, sobre a dinâmica que o governo federal criou entre os benefícios sociais e as medidas de cortes nos impostos, de gastos, bem como, as privatizações que geraram receitas extras para impulsionar a retomada econômica.
Além disso, Erik Figueiredo rebateu críticas feitas aos programas de estímulo social, que teoricamente reduzem empregos formais de base pelo desestímulo da renda facilitada.
"A realidade mostrou-se diferente e o investimento em programas sociais e o trabalho formal têm crescido paralelamente no Brasil. Dados recentes do Caged confirmam que o emprego formal aumentou mesmo após a ampliação de programas como o Auxílio Brasil", garantiu.
Erik Figueiredo afirmou ainda que omaior sucesso de um programa social é fazer com que as pessoas não dependam mais dele no futuro.
"É o que chamamos de rampa de ascensão social. O programa dá comodidade, segurança para a família, para que as mesmas possam buscar uma alocação melhor no mercado de trabalho”, concluiu.