Maranhão está entre os estados com maior área desmatada do país

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Fonte: TV Assembleia
15/08/2022 15h29

Os números do Relatório Anual de Desmatamento do Brasil apontam que mais de 42 mil km2 de vegetação nativa foram devastados no país, uma área que é quase do tamanho do estado do Rio de Janeiro. O Maranhão está entre os quatro estados que mais devastaram no período de 2019 e 2021.

O relatório usou dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento mostra que a vegetação amazônica foi a mais destruída nesses três anos. A maior causa apontada para o desmatamento é a agropecuária, que é responsável por destruição de 97% dessa vegetação.

“O desmatamento no Brasil e no Maranhão está ligado diretamente à impunidade de crimes ambientais, ao retrocesso e falta de políticas públicas ambientais e, principalmente, as atividades agropecuárias, o corte ilegal de árvores e estímulo a grilagem de terras públicas. O Maranhão foi o quarto estado do Brasil que mais desmatou o bioma amazônico, ficando atrás do Pará, Amazonas e Mato Grosso”, relatou o ambientalista José Carlos Aroucha.

Os municípios que mais devastaram no Maranhão foram Balsas, Grajaú, Caxias e Aldeias Altas. Todos também aparecem na lista dos que mais devastaram o cerrado no país, de acordo com informações do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

A intensa urbanização, assim como as atividades pecuárias e a expansão das fronteiras agrícolas, também contribuiu para a devastação. De acordo com dados do Meio Ambiente, cerca de 67% do bioma já sofreram modificação.

A solução para o problema, segundo especialistas, pode estar na implantação de sistemas agroflorestais, nos quais o produtor plante árvores nativas e cultive produtos agrícolas em uma mesma área, garantindo a melhora dos aspectos ambientais, além da produção de alimentos e madeira.

“Essa é uma ótima alternativa, viável, ecológica, ambiental e sustentável para combater ou evitar o desmatamento. E, ao mesmo tempo, substituir a agricultura de subsistência de corte e queima”, observou o ambientalista José Carlos Aroucha.

Em nota, a Secretaria de Estado de Maio Ambiente (Sema) afirmou que a Superintendência de Recursos Florestais monitora as autorizações de supressão de vegetação para saber se as áreas que são autorizadas a fazer o uso alternativo do solo respeitam as normas legais. Destacou, ainda que faz o monitoramento das áreas com suspeita de desmatamento em propriedades rurais como forma de combater o desmatamento.


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