Novo perfil da população brasileira é divulgada em pesquisa do IBGE

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Fonte: TV Assembleia
26/08/2022 15h42

A população brasileira tem um novo perfil, de acordo com dados da nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O período analisado foi de 2012 a 2021, e os dados apontam que, em uma década, o país registrou aumento no número de pessoas autodeclaradas pretas ou pardas e diminuição no total de brancos.

Segundo a pesquisa do IBGE, após uma década, este é o novo perfil da população brasileira: o total de pessoas pardas subiu de 45,6% para 47%. Em números absolutos, o segmento aumento de 90,2 milhões para 99,9 milhões, que se traduz em alta de 10,8%.

O número de pessoas pretas avançou de 7,4% para 9,1%, isto é, de 14,6 milhões de pessoas para 19,3 milhões. Um crescimento de 32,4% na década.

Por outro lado, a parcela de pessoas que se autodeclararam brancas recuou de 46,3% para 43%, ou seja, saiu de 91,6 milhões de pessoas para 91,5 milhões, número que o IBGE considera como uma estabilidade.

Entre as possíveis causas do aumento no número de pessoas pretas, estão as campanhas de combate ao racismo e no aumento de políticas públicas com ações afirmativas, caso da criação de cotas nas universidades.

E esse é o entendimento da presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Maranhão (OAB-MA), Caroline Caetano. “Ainda que não seja na mesma proporção do número de pessoas que na última década se declararam como negras, pretas e pardas, é possível, sim, afirmarmos que houve um crescimento de oportunidades para pessoas negras, tanto no meio acadêmico quanto profissional, sobretudo quando analisamos sob a ótica das políticas de cotas, implementadas no Brasil como mecanismos de promoção de igualdade racial”, declarou a advogada.

Ao fazermos um recorte na pesquisa, observamos que o estado do Maranhão tem algumas particularidades. “O Maranhão, no caso de percentual de respostas de pessoas que se declaram brancas, ficou com 17%, na 23ª posição entre as unidades da federação. Quando a gente vai ver pessoas que se declararam pretas, você já tem uma mudança: o Maranhão foi o 5º estado com a maior proporção em 2021, somando 10,9%”, destacou Ricardo Costa Silva, analista do IBGE.

A residente em Direitos Humanos pela Clínica de Direitos Humanos da Amazônia (CIDHA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), Keysse Dayane de Sousa, ressalta o envolvimento de vários atores sociais na busca pela igualdade.

“Levando em consideração o fato de o Brasil ser um país com o maior número de negros fora da África, isso acaba tendo um impacto significativo nas nossas estimativas. Isso também se deve ao trabalho árduo dos movimentos sociais, do movimento negro, trazendo o maior número de discussões nesse sentido. E, acima de tudo, levando essas discussões para as redes sociais, um espaço amplamente democrático, onde o maior número de pessoas tem acesso”, afirmou.


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