Gênero literário popular, escrito frequentemente de forma rimada, originada de relatos orais e, depois, impressos em folhetos. Assim pode-se definir a literatura de cordel, que se popularizou nas regiões norte e nordeste do Brasil. No Maranhão, o projeto Encanta Cordel reúne as principais características para conservar e difundir essa arte.
“O projeto tem o trabalho de divulgar o cordel, de valorizar e propiciar uma coisa chamada educação patrimonial. Toda política pública para cultura depende de um processo de educação e ele que vai levar a salvaguarda e a valorização da cultura popular do cordel. O projeto traz os elementos do cordel, os detentores do saber do cordel, o que é uma gravura, que era a capa do cordel, o que é uma declamação, o que é uma glosa”, detalhou o produtor executivo da iniciativa, Antonio Sobreira.
A cordelista e escritora Goreth Pereira encontrou no cordel uma forma de inspiração para defender temas relacionados à mulher. “A importância do cordel em minha vida é de essência e inspiração. O cordel está na minha vida, está no meu dia-dia, no meu dormir, em tudo”, afirmou.
Os versos fortalecem o folclore e o imaginário regional, além de incentivar a leitura. Hoje, a literatura de cordel é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. “O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) realiza a salvaguarda dos bens culturais de natureza imaterial. No caso da literatura de cordel, que foi registrada em 2018, nós já iniciamos essa salvaguarda com reuniões com os cordelistas e realizamos em 2021 o seminário no qual podemos discutir um conjunto de ações, ou seja, demandas, dificuldades e facilidades que eles encontram na produção do cordel”, destaca o superintendente do Iphan, antropólogo Rafael Gaspar.
Quem participa do movimento cordelista destaca a importância das ferramentas digitais para a disseminação dos versos. “A internet é uma ferramenta fantástica que deve ser usada pelo cordelista, pelo poeta popular, assim como repentistas também adentraram o mundo digital e têm seus canais, seus programas, e que dão visibilidade ao público, à plateia desse mercado”, afirmou o professor Marcondes Leite.