Memorial Gonçalves Dias, que exalta vida e obra do poeta, é inaugurado no Palácio Cristo Rei

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Fonte: UFMA
14/09/2022 14h44

A memória de Gonçalves Dias ficou mais reluzente em São Luís: na semana que a cidade comemorou seus 410 anos de fundação, a capital maranhense ganhou mais um presente, com a inauguração, no dia 6 de setembro, do Memorial Gonçalves Dias, no Palácio Cristo Rei, Centro. O espaço é uma parceria entre a Universidade Federal do Maranhão e o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma) e Museu Histórico e Artístico do Maranhão (Mham).

Natural da cidade de Caxias, no Maranhão, Antônio Gonçalves Dias, de forma lírica contou e encantou em sua poesia, exaltando a pátria, as belezas naturais do país e principalmente de sua terra natal. Sendo um dos introdutores do romantismo no Brasil, o poeta maranhense abordou elementos típicos desse estilo literário, como o amor, a saudade e a melancolia, além disso, trouxe o índio para seus poemas, abrindo novos horizontes para a literatura brasileira.

Na ocasião, o secretário da Secma, Yuri Arruda, pontuou que o Memorial é um espaço que visa deixar viva a história e obra de Gonçalves Dias e mais um passo para as comemorações de seu bicentenário no próximo ano. Já o reitor da UFMA, Natalino Salgado, pontuou a parceria com o Governo do Maranhão como exitosa e fortalecedora do ensino superior e do papel da Universidade, colocando para a comunidade e para os visitantes que vêm a São Luís “esse grande presente”, em suas palavras, onde todos podem conhecer mais sobre a literatura e importância de Gonçalves Dias.

Segundo a diretora de Assuntos Culturais (DAC) da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da UFMA, a professora Roselis Câmara, a exposição conta com obras e artefatos do poeta, jogos interativos, histórias da vida pessoal, bem como um fragmento do barco Ville de Boulogne, onde o poeta faleceu, em 1864, quando a embarcação, vinda da Europa, naufragou próxima à São Luís. Apesar de muitos materiais terem se perdido no naufrágio, o memorial buscou resgatar algumas réplicas de objetos, como uma máquina de escrever do poeta.

Com a inauguração do Memorial, o Palácio Cristo Rei passa a contar com dois importantes equipamentos de cultura: no mirante, o Memorial Gonçalves Dias, e no térreo, o museu da Universidade, que conserva a memória da Instituição.

Considerado um dos melhores poetas do Brasil, Gonçalves Dias é patrono da cadeira nº 15 da Academia Brasileira de Letras. Filho do comerciante português João Manuel Gonçalves Dias com a brasileira Vicência Ferreira, Antônio Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823. Entre as funções que exerceu, foi professor de latim e história do Brasil no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, uma das principais escolas do período imperial e que ainda se encontra em atividade até hoje.

Entre suas obras e poesias estão: Canção do Exílio, Primeiros Cantos, Os Timbiras, Últimos Cantos e I-Juca Pirama, este último é considerado o maior poema do romantismo brasileiro, dividido em dez partes e narrado em terceira pessoa, em que é caracterizado pela fusão do dramático, do lírico e do épico.

Sua poesia ficou registrada na história nacional, ao ter os versos “nossos bosques têm mais vida” e “nossa vida mais amores” incorporados a um dos maiores símbolos do país, o Hino Nacional. A poesia de Gonçalves Dias está também marcada na história da UFMA, ao fazer parte do brasão da Universidade, em que se encontra o verso “a vida é combate”, retirado da “Canção do Tamoio”.

 


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