20/11/2023 18h19

'Pautas Femininas' destaca projeto ‘Pretas no Mercado’ voltado à capacitação de mulheres da periferia

Durante a entrevista, concedida à radialista Régina Santana, a diretora do projeto, Yara Matos informou que a iniciativa é voltada para mulheres pretas e de baixa renda, inseridas no CadÚnico

Agência Assembleia

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Wesley Ramos
Régina Santana recebe Yara Matos e Mônica Veras, do projeto social "Pretas no Mercado"

Clique aqui e assista à íntegra da entrevista

No Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), o programa ‘Pautas Femininas”, da Rádio Assembleia, recebeu a diretora do projeto social “Pretas no Mercado”, Yara Matos, para falar das ações desenvolvidas pela iniciativa e da luta das mulheres pretas para se consolidarem no mercado de trabalho por meio do empreendedorismo. Também participou da conversa a voluntária Mônica Veras, instrutora do projeto. 

Durante a entrevista concedida à radialista Régina Santana, Yara Matos informou que a ação é voltada apenas para mulheres pretas da periferia de São Luís e de baixa renda, inseridas no Cadastradas Único (CadÚnico).

Ela contou que o projeto nasceu de uma conversa entre amigas sobre como oportunizar a essas mulheres uma profissionalização que lhes capacitasse e garantisse uma renda extra, atuando dentro de suas próprias casas, diante da constatação de que a maioria delas enfrenta dificuldades de sair de casa por causa dos filhos pequenos ou outros fatores impeditivos.

“Começamos oferecendo cursos na área da beleza, como design de sobrancelha, maquiagem, corte e coloração e tranças. Mas a nossa intenção é ampliar o leque de capacitações abrangendo outras áreas”, disse Yara Matos.

Segundo ela, todos os cursos são oferecidos gratuitamente, ministradas pelas professoras chamadas carinhosamente de “baobás”. O projeto iniciou em maio deste ano e toda a mão de obra é voluntária e formada também por outras mulheres pretas.

“Essa é a essência maior do nosso projeto: a união. São mulheres pretas encorajando outras a se desenvolverem. Ser mulher é difícil, mas ser mulher preta é difícil em dobro. Infelizmente, na sociedade, elas precisam apresentar suas múltiplas habilidades e capacidades para mostrar o seu valor. A gente ainda não consegue ser só uma coisa”, afirmou a diretora do projeto.

Wesley Ramos
Yara Matos informou que toda a mão de obra do projeto é voluntária e formada também por mulheres pretas
Yara Matos informou que toda a mão de obra do projeto é voluntária e formada também por mulheres pretas

Força de vontade

Yara contou ainda que, como ela trabalha na área da beleza, muitas mulheres a procuravam para aprender as técnicas, mas não tinham dinheiro para pagar um curso, entretanto, não lhes faltava força de vontade. “Então, juntamos forças e o nosso grupo de voluntárias começou a ministrar as capacitações gratuitamente. Nós desenvolvemos as ações sempre em parceria com outras instituições voltadas também à comunidade negra, como a Casa das Pretas, o Gdam e o Boi da Floresta, por exemplo”, explicou.

Segundo ela, o compartilhamento de conhecimento é um fator fundamental para diminuir as desigualdades. “A gente precisa parar de segregar e de colocar as mulheres numa posição de disputa umas com as outras. Precisamos dar as mãos, nos fortalecer e empoderar as mulheres com pequenas atitudes de valorização. É isso o que fazemos em nosso projeto”, assegurou.

Ainda na entrevista, Yara Matos afirmou que a maioria das mulheres contempladas pelo projeto apresentam vivências muito traumáticas por motivos diversos, o que dificulta a sua inserção no mercado de trabalho. “E para além da capacitação, o projeto tem o intuito de acolher a história de vida dessas mulheres, apoiá-las, mostrando que elas são capazes de vencer as barreiras do desemprego e de crescerem economicamente”, frisou.

O cenário de desafios para mulheres negras é histórico. Por isso o projeto "Pretas no Mercado" tem o potencial de apoiar no encerramento do ciclo de vulnerabilidade, visto que a inclusão produtiva das jovens negras impacta diretamente em sua emancipação social.



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