12/12/2023 18h06

'Contraplano' debate consumismo estimulado pelo período natalino

Debateram a temática o sociólogo Abel Cassol, a psicóloga Denise Bessa Leda e o publicitário Guilbert Macedo

Agência Assembleia

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Programa Contraplano discutiu consumismo estimulado pelo período natalino

O programa Contraplano, da TV Assembleia (canal aberto digital 9.2; Maxx TV, Canal 17; e Sky, canal 309), debateu, nesta terça-feira (12), o consumismo estimulado pelo período natalino e seus reflexos na sociedade. Sob a mediação do jornalista Fábio Cabral, debateram a temática o sociólogo Abel Cassol, a psicóloga Denise Bessa Leda e o publicitário Guilbert Macedo.

Questões como até quando consumir é natural, em que momento passa a ser um problema, de que forma somos estimulados a comprar o que não precisamos e que impacto o consumismo acarreta em nossa sociedade foram amplamente discutidas.

Consumo e consumismo

Inicialmente, os debatedores fizeram a distinção entre consumo e consumismo. “Consumo é um ato corriqueiro, prático, cotidiano que sempre fez parte, em qualquer momento, da história da sociedade. Produção e consumo sempre estiveram relacionados. A novidade é que, com o surgimento da sociedade moderna, o consumo passa a ser o centro da vida social. A partir daí, a classificação do indivíduo na sociedade passa a estar conectado com aquilo que ele consome. Daí surge o conceito de consumismo, que é o modo como a sociedade se organiza tendo como centro da vida social o consumo”, esclareceu Abel Cassol.

Para Denise Bessa, é consumismo quando passa a ser o propósito da existência, que é característico das sociedades capitalistas. “O desenvolvimento das tecnologias de produção leva à expansão desenfreada do consumismo, a exacerbação do consumo. A cultura do consumismo passa a ser um meio de inclusão e exclusão social”, acentuou.

Publicidade propaganda

Guilbert estabeleceu a diferença entre publicidade e propaganda. “A função da publicidade é, basicamente, vender um produto, enquanto a da propaganda é difundir uma ideia. A propaganda é muito mais forte do que a publicidade porque ela gera uma necessidade e cria um lugar de representatividade, uma ideologia, um modelo de sociedade”, explicou.

Relações sociais

Abel Cassol abordou a forma como o consumismo interfere nas relações sociais. “Com a emergência da sociedade de consumo, é o consumo que passa a regular o reconhecimento do indivíduo na sociedade. O consumismo altera as relações sociais no sentido da efemeridade dessas relações”, afirmou.

“O consumismo associa a felicidade não tanto à satisfação das necessidades, mas ao volume e à intensidade de desejos. Vivemos a sociedade do espetáculo, da criação de desejos. Mas nem todos têm acesso aos bens simbólicos e de reconhecimento. Precisamos ter uma visão crítica sobre isto”, frisou Denise Bessa.

Consumo consciente

Para Guilbert Macedo, o consumo consciente remete à questão da sustentabilidade física do planeta e da sustentabilidade mental do indivíduo. “Precisamos ter um limite para o consumo. Só vamos alcançar isto a partir da formação de uma consciência, primeiro individual, e depois coletiva. Alcançaremos um consumo consciente quando o ser passar a ser mais importante do que o ter.”, defendeu.

“Não podemos cair no determinismo de achar que o ser humano não vai construir alternativas. Essas alternativas serão mais bem gestadas se forem construídas de maneira coletiva. Quando falamos de consumo consciente, falamos de uma ação de consumo que passa a ser politizada. Na medida em que o consumidor passa a ser um sujeito reflexivo, ela passa a fazer escolhas mais conscientes”, argumentou Abel Cassol.

“Penso que a escola e a educação exercem papel fundamental para se ter o consumo consciente. Essa é uma via que vai atingir consumidores em formação que passam a ser multiplicadores. Precisamos formar consciências diferenciadas e mais críticas”, sustentou Denise Bessa.

 

 

 



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