19/01/2024 11h31

‘Diário da Manhã’ - Escritor fala de livro sobre tráfico de escravos da Alta-Guiné para o Maranhão

Reinaldo Barroso Junior afirmou que obra ‘Nas Rotas do Atlântico Equatorial: Tráfico de Escravos Rizicultores da Alta-Guiné para o Maranhão’ pretende servir de referência no estado

Agência Assembleia

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‘Diário da Manhã’ - Escritor fala de livro sobre tráfico de escravos da Alta-Guiné para o Maranhão
Professor e escritor Reinaldo Barroso Junior durante a conversa com os jornalistas Ronald Segundo e Gregório Dantas

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Em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta sexta-feira (19), o professor e escritor Reinaldo Barroso Junior, autor do livro “Nas Rotas do Atlântico Equatorial: Tráfico de Escravos Rizicultores da Alta-Guiné para o Maranhão (1770-1800)”, disse que a obra pretende servir de referência para o tema da escravidão no estado.

No bate-papo, conduzido pelo apresentador e jornalista Ronald Segundo, com participação do jornalista Gregório Dantas, o autor enfatizou que o livro explora a relação entre o país africano e o Maranhão, por conta do lucrativo tráfico de escravos e a produção, em especial, de arroz e cana de açúcar.

“Este trabalho pretende evidenciar a relação entre Maranhão e Alta-Guiné, território da África Ocidental, estabelecida através do tráfico de escravos durante as décadas de 1770 e 1780, questão pouco comentada na historiografia do tráfico atlântico. Esta relação pode ser primeiramente percebida através das bases econômicas determinadas pelo governo português entre as quais a Alta-Guiné insere-se no quadro de fornecimento de mão-de-obra escrava para o Maranhão e esta capitania, por sua vez, fornece arroz, algodão, e outros produtos tropicais para a capital do império, Lisboa”, disse.

Exploração e descaso

O escritor destacou que essa diáspora africana construiu uma cultura afro-americana (ou africano-americana) e o Atlântico foi seu vetor.

“A primeira e mais forte imagética de propagação da diáspora pelo Atlântico foi o tráfico de escravos, através do oceano cruzaram embarcações, intituladas durante o século XIX de tumbeiros, que carregavam uma quantidade variada de escravos africanos para o chamado Novo Mundo, onde iriam sustentar o sistema de exploração colonial instituído pelas metrópoles europeias”, lembrou.

De acordo com o livro, nestes carregamentos ocorriam, ocasionalmente, perdas de cativos aprisionados no continente africano em virtude de doenças, de maus tratos, ou ainda, pelo mau acondicionamento nas embarcações e excessivo volume que excedia o limite previsto pela arqueação respectiva das naves e pelo estabelecido nas normas dos Estados-Nações.

“O tráfico de escravos através do Atlântico foi um dos grandes empreendimentos comerciais e culturais que marcaram a formação do mundo moderno e a criação de um sistema econômico mundial. Assim, os cativos africanos adentraram em cada um dos aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos da vida no Brasil – destaque no consumo de escravos dentre as colônias americanas – anteriormente dividido em Estado do Brasil, Estado do Grão-Pará e Rio Negro e Estado do Maranhão e Piauí’, descreveu.

Reinaldo Barroso Junior explicou que os escravos mantiveram uma economia movimentada pelos cativos negros, que eram “engenhos, fazendas, minas, cidades, plantações, fábricas, cozinhas e salões, os escravos da África e seus descendentes imprimiram marcas próprias sobre vários outros aspectos da cultura material e espiritual deste país, sua agricultura, culinária, religião, língua, música, artes, arquitetura...".



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